Leio nos jornais que o secretário-geral do PS
prometeu na Terça-Feira à noite,
"sob palavra de honra", devolver o valor das reformas cortadas aos pensionistas. Não chega falar assim. Eu não acredito e espero que
Tozé diga amanhã: "Eu seja ceguinho, se não devolver o valor das reformas cortadas
aos pensionistas". Tozé é muito esperto, vem com conversas
inconsequentes e não arrisca. Essa coisa da palavra de honra é fóssil do tempo remoto em que havia honra. Hoje é vento ventando, fim da ladeira, a viga, o vão, é festa da cumueira, chuva chovendo, conversa ribeira das águas de Março.
Tozé não vai lá: tem
medo de fazer jura e ficar cego. Político experiente jura porque sabe que não cega,
a menos que um pensionista lhe vaze um olho. Mesmo assim, ainda sobra outro,
sem contar o que Tozé tem no fundo das costas, agora muito apertado com as
sondagens.
No meio desta peça
trágico-cómica, só lamento a ausência de Eça entre nós. Alguém imagina o que
ele escreveria sobre Tozé? Eu não imagino porque, se imaginasse, escrevia eu o
que seria a página de ouro da prosa nacional. Nem Camões lá chegava com os
barões assinalados da Ocidental praia Lusitana. Ganda
Tozé!
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