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Ferreira Fernandes,
na habitual crónica no DN, refere hoje a história da jovem com uma T-shirt onde se lia, estampada no peito, a mensagem
"Me Come". A moça dizia que aquilo não queria dizer nada, pois
eram só letras. Daqui, Ferreira Fernandes passa a Tozé Seguro que afirmou
recentemente "Não aumentaremos os impostos".
Tanto quanto sei, Tozé ainda não chegou ao ponto de usar a
frase estampada no peito de uma T-shirt mas, pressionado pelo poeta Alegre ou pelo Dr. Soares, faltará pouco—não a frase "Me
Come", mas "Não aumentaremos os impostos", naturalmente. Alguém
acredita em Tozé? Depois de Guterres, Zezito e Passos Coelho, pode acreditar-se
nessa gente? O leitor acha talvez que não, mas então tem de explicar quem votou
neles para serem primeiros-ministros.
Um estudo feito com 645 estudantes da Universidade de
Colónia, na Alemanha, revelou que as pessoas têm tendência natural para
acreditar nos outros, mesmo desconhecidos, como acontece com o barbeiro que passa
uma lâmina afiadíssima pelo pescoço capaz de matar em segundos, com as
empregadas do infantário onde deixamos os filhos, com os médicos do hospital e
por aí adiante. Dir-me-ão que nesses casos a confiança funciona até haver
notícia de comportamento grave, o que é verdade. Portanto, se há notícia de um
barbeiro degolar um cliente, um infantário deixar a criança cair da janela do
terceiro andar, o médico do hospital dar uma injecção intravenosa de aguarrás ao doente, o leitor não vai lá
mais. Claro! Qual é a dúvida? A dúvida é que vota no Tozé e já votou no
Guterres e no Passos Coelho.
Vá: a bola agora está do seu lado. E explique-me também porque
tem pachorra para os ouvir na rádio e na televisão—eventualmente em comícios—se
não está à espera que lhe arranjem um "tacho" na junta de freguesia,
na câmara municipal, na Caixa Geral de Depósitos, ou na Fundação Cidade de Guimarães,
ao lado do Dr. Jorge Sampaio, mais conhecido por chorinhas.
Votar nos actuais partidos, ou é rotina burra (igual a
burrice), ou não perceber que se está a ser manipulado, ou clubismo vesgo, ou sinal
de interesses inconfessáveis.
Sei que vai dizer-me que não votar é deixar a escolha
para os outros. Mas pense um nadinha e vai ver que há maneiras de fazer
ver o que pensamos desta tropa fandanga sem vergonha e sem emenda.
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