As leis da natureza estavam ocultas na noite;
E Deus disse "faça-se Newton" e tudo se
transformou em luz.
Alexander Pope
Paul Saffo é professor associado da Universidade de Stanford, "Technology Forecaster" e conhecido ensaísta. Tem um site digno de atenção e acompanhamento que recomendo (www.saffo.com). Hoje, porque é pequeno, publico um desses ensaios, pedindo desculpa a Saffo pelo atrevimento de o ter traduzido—espero não ser preso por esta traição (traduttore, traditore).
Paul Saffo é professor associado da Universidade de Stanford, "Technology Forecaster" e conhecido ensaísta. Tem um site digno de atenção e acompanhamento que recomendo (www.saffo.com). Hoje, porque é pequeno, publico um desses ensaios, pedindo desculpa a Saffo pelo atrevimento de o ter traduzido—espero não ser preso por esta traição (traduttore, traditore).
O espantoso avanço das descobertas científicas tem o
desconhecido como rota. Não há muito tempo, a Criação tinha ocorrido há 8.000
anos e o Paraíso estava alguns milhares
de milhas por cima das nossas cabeças. Agora a Terra tem 4,5 mil milhões de anos
e o universo observável estende-se por 92 mil milhões de anos/luz. Pegue-se em qualquer área científica e a
história é a mesma, com novas descobertas—e novas extraordinárias maravilhas—surgindo
quase diariamente. Como Pope, ficamos maravilhados com a forma como a natureza
se revela à luz da ciência.
O cada vez maior corpo do conhecimento científico evoca a metáfora da noosfera de Teilhard de Chardin,
a crescente esfera da compreensão e pensamento humano. Para o nosso optimismo, tal
esfera é uma bolha de luz em expansão na escuridão da ignorância.
O optimismo leva-nos a focar o conteúdo da esfera, mas
o mais importante é a sua superfície porque é aí que acaba o conhecimento e
começa a escuridão da ignorância. À medida que o conhecimento se expande,
cresce igualmente o contacto com o desconhecido. O resultado não se limita meramente a termos mais conhecimento (volume
da esfera), mas também a encontrar um volume de mistérios inimagináveis em
expansão permanente. Há um século, a
Astronomia não sabia se a nossa galáxia
era o universo todo; agora diz-nos que provavelmente vivemos num
arquipélago de universos.
O establishment científico justifica
a existência com a ideia de que nos oferece respostas e soluções. Mas, no
privado, cada cientista sabe que a ciência descobre apenas a profundidade da
nossa ignorância. A esfera crescente do conhecimento científico não é a luz que
põe fim à noite, mas apenas pequena fogueira no meio da escuridão de um vasto
mistério. Avaliemos o progresso, não pelo que descobrimos, mas antes pelo rol
do que ignoramos e nos faz ver o pouco que sabemos.
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