quarta-feira, 8 de julho de 2015

BIP BIP

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Falava há dias do Paradoxo de Fermi, ou seja, do facto de haver seguramente milhares de planetas com condições para suportar vida inteligente e não chegar até nós nenhum sinal dessa vida. As distâncias são um razão de peso para explicar o facto mas, mesmo com a barreira do limite da velocidade da luz, já podia haver sinais electrónicos ou visuais de actividade inteligente vindos do universo. Basta pensar que o homem tem 200 mil anos de existência e pode haver seres inteligentes noutros locais há muito mais tempo.
Falava também da possibilidade do universo habitado ser um meio hostil, do que poderia resultar a prática alienígena de manter privacidade ou anonimato defensivos. Perguntar-se-á porquê atitude defensiva em relação a populações incapazes de chegar até nós materialmente. Aqui começa a especulação ficcional.
Imaginemos formas de vida inteligente muito superiores a nós, com muitos mais anos de evolução, capazes de nos dominar através da ideia e não da força. Já se pensou o que representa, em termos de psicologia colectiva, a informação de que foram detectados sinais inequívocos de inteligência extra-terrestre? Como se dá uma notícia dessas? Abrem-se serviços informativos intercalares nos media e diz-se ao Zé do Sacho—pão, pão, queijo, queijo—que uns tipos esquisitos a morar num planeta atrás do cu de Judas mandaram um fax a dizer que estão vivos e recomendam-se e que o Jesus e o Sporting  de lá perderam o campeonato? Não pode! Uma informação assim tem de ser filtrada, depurada, avaliada e purificada antes de ser divulgada; e mesmo assim, o impacto é uma charada.
Agora pense-se que, se apenas uma informação destas é capaz de fazer cair o Governo de pedra e cal de Alexis Tsipras, o que será se essa malta do cu de Judas começa a fazer jogos psicológicos com a mestria de Yanis Varoufakis? É o princípio do fim; ou pior que isso, o fim do nosso princípio porque nessa altura a Grécia ainda só deve ir no 437º programa de resgate, coisa insignificante em termos cosmológicos e apenas princípio duma promissora independência económico-financeira com dignidade.
Fermi que tenha paciência, lá no local onde repousa, porque o mistério da vida inteligente extraterrestre está ainda para lavar e durar e não há pressa para o resolver. Devagar se vai às pressas e quanto mais longe, mais vagares; ou essas coisas parecidas que se costuma dizer a propósito de extraterrestres.
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