NÃO ESTOU NA PRAÇA PARA ENGANAR NINGUÉM

Gostaria de recordar que a divulgação de escutas no semanário "Sol" é um acto criminoso, é um acto ilegal. É um crime contra a Justiça e lamento que não tenha havido nenhum partido que tenha criticado esse crime, disse hoje Sócrates, algures num dos locais onde anda a vender banha de cobra.
Não estamos a discutir a ilegalidade da publicação das escutas que, aliás, é duvidosa. Não confundamos o buraco ao fundo das costas com as calças. Sejam legais ou não, a questão, essa sim grave, é se o que se deduz das escutas e dos despachos do Procurador e do Juiz de Aveiro é verdade ou não. É que, infelizmente para ele, a palavra do primeiro-ministro há muito deixou de fazer fé. Anda há cinco anos a desmentir episódios sombrios do seu comportamento que nunca foram cabalmente esclarecidos.
O retrato que deixa do seu obscuro mandato é um sem fim de episódios escuros e suspeições, desde as habilitações literárias até à forma como conduziu a sua vida e a da família e amigos, em negócios ainda mais obscuros do que a licenciatura ao domingo e os exames feitos por fax. Só tem para apresentar a tensão social que criou com todas as áreas e classes profissionais e sociais.