sábado, 30 de novembro de 2013

OS GRANDES VELEIROS

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"Sweepstakes"

Construído em 1853, em Nova Iorque, era um rápido clipper. Tinha 66 m de comprimento e 13 m de boca. Em 1862, encalhou no Estreito de Sonda, em viagem da Austrália para Batávia, nas Índias Orientais, tendo sido dado como perdido.
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ARLES

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Maria Hamilton
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O PICA-PAU E O FUTEBOL AMERICANO

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A concussão cerebral resulta de traumatismo craniano e acompanha-se de perturbações neurológicas, frequentemente reversíveis porque não há lesões anatómicas graves no cérebro. Por exemplo, quando nos dão uma paulada pouco violenta na cabeça—não como a que Vasco Lourenço ameaça dar ao Governo—e perdemos a consciência durante minutos. Traumatismos menos fortes também podem produzir concussão, se repetidos.
Chegado aqui, informo que um pica-pau bate com o bico na madeira 12.000 vezes por dia, em média, ocasionalmente ao ritmo de 20 pancadas por segundo, com velocidade de 20 km por hora em cada pancada. E o pica-pau não sofre concussões cerebrais!
Porquê? Parece parva a pergunta, mas os homens do futebol americano estavam interessados em saber, por razões óbvias. E foram informar-se.
Em primeiro lugar, a orientação do encéfalo da ave faz um ângulo de 90º em relação à orientação no homem, o que distribui a força dos impactos numa área maior, diminuindo a pressão por unidade de superfície. Depois, o encéfalo do homem pesa cerca de 1.400 gramas e o do pica-pau 2 gramas. A diferença pode ser ilustrada pelas diferentes consequências da queda de um telemóvel, ou de um computador, duma mesa. Finalmente, o encéfalo do pica-pau preenche completamente a capacidade do crânio, não havendo lugar para movimentos contra a parede óssea. Ah ganda pica-pau!
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SAI UMA BICA

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Segundo a "Food and Drug Administration", 90% da população mundial consome cafeína, o alcalóide do café; e fá-lo de formas diversas, como a clássica infusão quente, em refrigerantes, em bebidas chamadas energéticas, como o Red Bull®, e por aí fora. Mas pouca gente conhece o aspecto dos cristais de cafeína. Não interessa nada tal coisa, desde que se possa beneficiar do efeito famacodinâmico da substância, mas também não faz mal saber. Por isso, aqui fica uma fotografia, feita com microscópio electrónico, de vários desses cristais.
A imagem foi uma das premiadas no concurso de fotografia "2012 Wellcome Image Awards", distinção justificada por James Cutmore, editor do "BBC Focus Magazine". Explicou Cutmore: o que me interessa profissionalmente é dar aos leitores imagens de coisas comuns sob perspectivas diferentes, irreconhecíveis à primeira vista. Por isso, esta foto chamou a minha atenção—brilhante  e complexa visão duma coisa que a maioria experimenta todos os dias.
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(As cores são artificiais)
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BATALHA DE TRAFALGAR

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UM POUCO DE CONTENÇÃO, MEUS SENHORES

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Do alto daquela tribuna são semanalmente anunciados novos sacrifícios para os portugueses. 
Não é o local ideal para conversas jocosas.

[...] Passos Coelho é, desde logo, o primeiro a deixar de cabelos em pé qualquer português dotado de bom senso. Tropeçando num discurso muitas vezes a necessitar de tradução, tantos os ziguezagues e as palavras desconjuntadas, o primeiro-ministro é raro dispor de uma palavra de reconhecimento ou de conforto aos portugueses em sofrimento. Faz pior: anuncia ou discute pedaços de nova austeridade entre sorrisos e galhofa. As imagens recolhidas nos debates da Assembleia da República são de todo eloquentes: Passos Coelho é vezes sem conta apanhado a esboçar sorrisinhos matreiro-cínicos com Paulo Portas, Maria Luís Albuquerque ou algum dos outros seus ajudantes de cortes. Lamentável. [...]

Fernando Santos, "Riso cínico dos betinhos do Governo", in "Jornal de Notícias"
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sexta-feira, 29 de novembro de 2013

OS GRANDES VELEIROS

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"Götheborg"
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Navio de treino da Suécia, acabado de construir em 2005, é réplica de outro veleiro com o mesmo nome naufragado em 1745. Tem 40 m de comprimento, 11 m de boca e 1.900 m2 de velas. Com 30 tripulantes, embarca 50 instruendos.
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DICIONÁRIO DO DIABO

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REFLEXÃO s. f.—Operação mental para ter uma visão clara sobre a nossa relação com os factos de ontem e sermos capazes de evitar perigos que nunca mais encontraremos no futuro.

REIQUIAVIQUE

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Murilo S. Romeiro
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DISCURSO DIRECTO

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[...] Não surpreende, pois, que olhemos para o PS e, independentemente do que disser Seguro, ou outro no lugar dele, saibamos por intuição segura que as suas promessas mais simpáticas teriam o mesmo destino das de Hollande, ou das do SPD alemão, ou das do PSOE espanhol: o choque com a realidade torná-las-ia obsoletas no dia da tomada de posse de um novo Governo. O que surpreende é que ainda exista quem pense que, “se o PS fosse um bocadinho mais activo”, mais à moda da Aula Magna, “tinha 90% com certeza”. Não tinha, de certeza.
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José Manuel Fernandes in "Público"
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À ESPERA QUE PIQUE

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(Algés, 21-11-2013)
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HOMEM RICO, HOMEM POBRE

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Um das nódoas na actuação deste Governo—talvez a maior—é a gestão escandalosamente  injusta da austeridade. Esta é aplicada com ligeireza a quem está à mão e não pode criar problemas, mas poupa os que têm capacidade de reagir. Mesmo que os poderosos fossem uma minoria insignificante (não são), a preocupação em atingi-los com medidas equivalentes às impostas aos fracos, se não mesmo mais pesadas, era indispensável. A imagem de sacrifícios distribuídos selectivamente é inaceitável do ponto de vista social.
Vem esta conversa a propósito dum excerto que se lê hoje no jornal "i", da autoria de Saragoça da Matta. Diz assim:

[...] É que se é certo que as especiais regras de aposentação e as subvenções mensais vitalícias dos deputados "terminaram", não menos certo é que apenas "terminaram para o futuro": quem já tinha o direito "adquirido" não o perdeu, sendo ainda centenas os deputados que se aposentaram, e aposentarão, com regras especialíssimas, havendo outros tantos que percebem mensalmente essas incompreensíveis subvenções mensais vitalícias. Ou seja, continuam a auferir esses estipêndios injustos e vergonhosos, porque "direitos adquiridos" não se cortam—só se podem cortar aos "outros" os direitos adquiridos às pensões e vencimentos. [...]

O acabar com os direitos adquiridos dos senhores deputados não resolve a crise. Todos sabemos isso—o buraco é tão grande que nem toda a estupidez do Zezito tapa metade. Mas, senhores deputados da maioria e senhores ministros: mostrem que são capazes de atacar os vossos pares e tratá-los da mesma forma que tratam o português anónimo. O mesmo para as grandes empresas e os plutocratas, apoiados por legiões de advogados capazes de levar a contestação até às últimas instâncias judiciais.
Para não ser muito grosseiro, direi que não tendes balls. O povo entende… Mas também suspeita que, entre falta de balls e muita incompetência, há uma mal disfarçada preocupação em acautelar o futuro—é que esses intocáveis podem vir a revelar-se bons portos de abrigo em anos vindouros. Conhecemos exemplos—nada melhor do que manter boas relações com eles.
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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

OS GRANDES VELEIROS

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PÃO DE FORMA

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A PONTE

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("Crystal Serenity", 28-11-2013)
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2º PRINCÍPIO DA TERMODINÂMICA

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João Miguel Tavares, colunista do "Público", é um jornalista que merece ser lido, embora se possa não concordar com ele. Hoje publica a segunda parte de uma carta dirigida a Pacheco Pereira, a propósito da participação deste no plenário furta-cores da Aula Magna. O texto é longo, mas queria chamar a atenção para o final. Diz assim:

[...] E é por isso, caro Pacheco Pereira, que embora eu simpatize com o seu discurso e comungue de muitas das suas preocupações, não sou capaz de fingir um torcicolo para não ver quem está sentado ao meu lado. Sim, nós precisamos de uma outra política e de outros políticos. Mas não precisamos só disso. Precisamos de uma alternativa consistente. E precisamos—sempre, por razões de memória—de apontar o dedo a quem andou a enterrar o país para agora vir, de pança cheia, armar-se em porta-voz dos pobres e oprimidos. A hipocrisia tem limites. E o caro Pacheco Pereira, com a idoneidade que o caracteriza, deveria ter olhos para ver isso.

Tal e qual. Roseta, Vítor Ramalho, Pinto Ramalho, para não falar dessa alma que dá por Carlos do Carmo e ninguém percebe o que ali fazia, têm o verbo fácil, é verdade. Mas em matéria de inspiração é o zero absoluto. Acontece que nós, os que sofremos as consequências da desgraçada governação vigente, há muito que deixamos de estar interessados em jogos florais políticos. Indo directamente ao nó do problema, queremos saber como desatá-lo e é nossa profunda convicção que nenhum dos perorantes daquela noite tem ideia—pálida que seja—de como isso se faz.
A tão noticiada reunião configura, para além da fabricação lúdica de perdigotos, impúdica iniciativa de alguns responsáveis pelo estado a que isto chegou e verdadeira entropia, no sentido termodinâmico do termo—energia não convertida em trabalho.  
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F334

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A fragata NRP "D. Francisco de Almeida" quando zarpava esta manhã do Porto de Lisboa
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TROCA-TINTAS

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"O principal para que o Governo tenha êxito é saber persistir. Ter a coragem de não mudar de rumo, independentemente dos acidentes de percurso. Recomeçar, pacientemente, quantas vezes forem necessárias. Tomar decisões. Não se deixar perturbar por agressões verbais, por incompreensões ou por injustiças. Aguentar de pé. Para os homens de convicção e de recta consciência, o que conta é sempre—e só—o futuro". O autor deste palavreado é o Dr. Soares. Foi em 1984, era Primeiro-Ministro, Portugal estava tutelado pelo FMI, havia salários em atraso, empresas falidas e fome—bastante fome.
Hoje fala como um livro aberto contra a nova desgraça que se abateu sobre nós, que conhece bem por experiência própria. É senilidade? Também; mas não só. O Dr. Soares sempre foi assim. Um insensato autoritário, vaidoso e egocêntrico que diz hoje, com a mesma cara, o contrário do que disse ontem—um aldrabão compulsivo habituado a ser tolerado. O seu comportamento actual, felizmente, está a corrigir a memória que a História guardará dele.
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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

OS GRANDES VELEIROS

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Um xaveco
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PPP

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No meio da desgraça nacional, fruto de quase quarenta anos de democracia avançada, ainda há gente com humor que sabe tirar partido das circunstâncias. É o caso do professor Carlos Fiolhais que escreve hoje um artigo no "Público" intitulado "O Estado sem papel". Depois de considerações oportunas sobre a falta de papel propriamente dito, não de papel no sentido monetário, conta que numa repartição de Finanças onde foi tratar de assunto pessoal, depois de lhe pedirem o cartão do cidadão, exigiram uma fotocópia do dito. Informado o funcionário de que a podia fazer, foi por este respondido não ser tal possível porque não tinha papel na repartição. Ofereceu-se então para ir a casa buscar uma folha A4, mas a solução não servia—devia ir ao quiosque da esquina fazer a cópia. E acrescenta o físico: "Queriam de mim um contributo, ainda que modesto, ao comércio local. Estava perante uma parceria público-privada."
Conta ainda que recebeu do fisco um e-mail ameaçador por não ter apresentado a declaração de IRS. E esclarece que não era por terem perdido o papel, uma vez que a havia feito por via electrónica. Concluiu que tinham perdido, isso sim, os bits. Sugeriu então que, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, os pedissem à NSA americana que controla a circulação electrónica mundial.
São pessoas assim que desfazem a credibilidade de algumas instituições e iniciativas para que não há pachorra. Não com manifestações pré-formatadas, nem com discursos bacocos. O sarcasmo é a arma dos inteligentes. As assembleias gerais, ou plenários caleidoscópicos, de aulas magnas são como os boomerangs—voltam-se contra quem os lança; frequentemente carregados de ridículo.
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terça-feira, 26 de novembro de 2013

OS GRANDES VELEIROS

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(Pintura de William Bradford)
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ASSENTAR IDEIAS

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Ninguém é patriota com o estômago vazio.
William Cowper

O HOMEM QUE ANDAVA SOBRE A ÁGUA

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(Com colaboração de J. Castro Brito)
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PONHA AQUI O SEU PEZINHO

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Martim Afonso de Sousa
(26-11-2013)
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ALGUÉM TEM DÚVIDAS ?

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Admitamos que um dia recebemos a notícia de um contacto via rádio com outra civilização no universo. O que implicaria tal? Podemos dizer que, maiores que a surpresa científica, seriam a filosófica e teológica.
Continuaríamos a ser um grupo biológico esotérico, dominado pela tecnologia que consideramos extraordinária, com tiques tribais mais que primitivos, destruidores compulsivos do nosso pequeno habitat, mas ficávamos a saber não sermos o cume—ou a obra prima—da criação, como pensamos.
A ideia de sermos apenas "mais uns" seria uma estrondosa e deprimente sequência da revolução copérnica do heliocentrismo. Seguramente o achado mais perturbador para o homem, desde que existe como tal. E o mais espantoso é que Chris Impey, astrónomo, professor na Universidade do Arizona e editor do site com o seu nome, diz que ele e a maioria dos seus colegas acreditam que a notícia virá durante a próxima década.
Óh égua!
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CORVOS MARINHOS

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(26-11-2013)
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CUIDADO COM O INCONTROLÁVEL !

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O País vai mal—muito mal. O Governo herdou uma situação deplorável e, manifestamente, não tem competência para a enfrentar. Só ingenuidade e muita ambição o fizeram admitir que estava à altura de a resolver. Não está, como é notório.
Começam a surgir manifestações de insurreição—em parte sugeridas por irresponsáveis conhecidos—que podem levar a situações perigosas. Quem abre a boca deve reflectir nas consequências do que diz, antes que seja tarde. Quando se ultrapassam certas barreiras, o resultado pode ir muito além do que se esperava. E às vezes faz ricochete.
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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

OS GRANDES VELEIROS

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O brigue dinamarquês "Marie" (1880)
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CITAÇÃO

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As frases famosas raramente são citadas correctamente.


Simeon Strunsky 

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SEM TÍTULO

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(Lisboa, 21-11-2013)
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O QUE PREOCUPA

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As civilizações morrem. Não conhecemos nenhuma em que isso não acontecesse. A diferença é que a chama do progresso passava de uma região do mundo para outra.  Agora, pela primeira vez, a civilização é única, global. Se falha, falhamos todos juntos.
Isto escreveu um editor americano chamado Tim O'Reilly. É uma realidade pouco falada, ignorada mesmo. Não vamos dizer que a liderança mundial passará da Europa e da América para a Ásia, ou coisa equivalente. As chamadas nações emergentes incorrem nos mesmos vícios que podem levar à decadência da Europa e da América do Norte. Por isso, a questão é saber quem morre no fim, ou quem é o último a morrer, o que interessa pouco. Estamos em tempo de começar a pensar seriamente no problema. Já o devíamos ter feito há décadas.
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AINDA ESTAVA QUENTE !

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(21-11-2013)
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PROCURA-SE UM NEANDERTHAL

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O homem separou-se do chimpanzé há mais de 5 milhões de anos. Apenas há 400 mil, diferenciou-se do homem de Neanderthal.  E, há menos de 37 mil, os dois ainda se cruzavam. Por isso, parte do genoma do homem moderno é património dele.  Os genes assim herdados deram-nos aptidões fundamentais para sobreviver, nomeadamente a capacidade de combater vírus de Epstein-Barr, associados com alguns tipos de cancro.
O genoma do homem de Neanderthal foi completamente sequenciado a partir de três esqueletos encontrados na Croácia. Teoricamente, é possível clonar um novo homem de Neanderthal, usando o óvulo da mulher. O geneticista  de Harvard George Church acha mesmo que tal seria útil pois, em sua opinião, o homem de Neanderthal podia resolver problemas que não somos capazes de solucionar. Por exemplo, digo eu, encontrar alternativa ao corte das pensões da CGA, no caso de chumbo do Tribunal Constitucional.
Tenho olhado muito para a cara dos ministros e, em boa verdade, acho que alguns dão ares de Neanderthais. É uma esperança; porque clonar agora um ministro já não dá tempo!
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domingo, 24 de novembro de 2013

OS GRANDES VELEIROS

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"Skylge"
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Navio de recreio de bandeira holandesa, tem 30 m de comprimento e 7 m de boca.
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IMPRENSA, VEÍCULO DE CULTURA

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Leio frequentemente o jornal espanhol "AS" on line. Tem muita informação desportiva e não só, como se vê na imagem em cima tirada do número de hoje. É cultura de primeira água, com matéria escolhida e linguagem precisa!
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TEM PIADA

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(21-11-2013)
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SABER DE EXPERIÊNCIA FEITO

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O Zezito, mestre em Filosofia Política e pensador criativo no foro de tal ciência, disse ontem que "as democracias, mesmo quando cometem excessos, corrigem esses excessos". 
É um título! Para caixa alta, acrescente-se!
Por exemplo, quando um político da democracia arruína o País com delírios despesistas, cabe ao demo da dita apertar o cinto e corrigir as consequências de tais asneiras. No caso vertente, há convergência do conhecimento filosófico e do saber de experiência feito. Ninguém com mais autoridade para o dizer. Ganda Zezito!...

UM LINDO JARDIM

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(21-11-2013)
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A MIM NÃO ME ENGANAS TU

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O Governo insiste em afirmar que não tem plano alternativo para o caso do diploma sobre a convergência das pensões ser chumbado no Tribunal Constitucional. É claro que é mentira. Se numa situação destas ninguém no executivo tivesse pensado em tal coisa, só isso era razão bastante para o demitir já.
A artimanha é infantil. Pretende pressionar o Tribunal, dizendo aos conselheiros que, se chumbam o diploma, desencadeiam um dilúvio. Além de infantil, toma os juízes por parvos. Antes dos meninos ministros terem nascido, já os meritíssimos andavam por cá há anos. A táctica chega a ser insolente—não a merecer o chumbo, mas um zagalote bem apontado. Se possível, no traseiro ministerial.

UMA JANELA VIRADA PRO MAR

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(Lisboa, 21-11-2013)
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DO MESMO ME QUEIXO EU

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[...] Sou avesso a excessos. É claro que umas centenas de malucos fechados numa sala (de que infelizmente não se perdeu a chave) não definem o espírito do tempo. O que o define é a importância que se dá à coisa. Assim de repente, os augúrios não são simpáticos: sem discernível ironia, os media dedicaram ao encontro a seriedade que se dispensaria a um encontro de gente séria, e quando se vê comentadores solenes interpretarem as palavras do Dr. Soares como interpretariam as de alguém digno de atenção, é lícito constatar que a democracia não atravessa um período radioso. Não discuto que o Governo não seja um paradigma de incompetência. Digo que enquanto a alternativa reconhecida implicar múltiplas exibições de demência, aliás em nítido desrespeito pelo Código Penal, isto não vai longe. [...]
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Alberto Gonçalves in "Diário de Notícias"
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sábado, 23 de novembro de 2013

OS GRANDES VELEIROS

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ESTÁ A FICAR PRETO

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PONTO DE VISTA

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(Lisboa, 21-11-2013)
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COM A FRALDA MOLHADA

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Cavaco Silva  enviou a lei que lança novo imposto sobre o rendimento dos aposentados da função pública para o Tribunal Constitucional. A dúvida do Presidente é legítima porque tal lei configura negócio de cigano, sem ofensa para os ciganos. Estamos habituados a ouvir que o Estado é pessoa de bem e, afinal, sai-nos um trampolineiro—dá o dito por não dito e embrulha-se em explicações esfarrapadas sem ponta por onde pegar.
Não quer isto dizer que não se peçam sacrifícios a todos os portugueses, incluindo os reformados, para tapar os buracos que esse aventureiro socialista chamada Zezito abriu na Fazenda Nacional. Mas os sacrifícios devem ser para todos e não reservados aos que estão à mão e são mais fáceis de tosquiar. Indigna o facto de não haver equidade na austeridade. O cagaço com os ricos e poderosos provoca náuseas, mesmo aceitando que só eles não chegam para resolver o problema—em nome disso, não se lhes toca!
Do Tribunal Constitucional espera-se pouco. Depois de ter deixado passar a aberração da Contribuição Extraordinária de Solidariedade, ficámos esclarecidos. Mas, pelo menos, o Governo vai suar frio enquanto aguarda a decisão dos meritíssimos e das meritíssimas. Durante 25 dias, Passos Coelho vai andar com a fralda molhada.
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FOTOGRAFIA DO DIA

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Primeiras neves em Espanha
(Foto do jornal "ABC")
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sexta-feira, 22 de novembro de 2013

OS GRANDES VELEIROS

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"Tijuca"

Barca francesa de mercadoria, construído em 1892, foi afundado no dia 22 de Novembro de 1917, há 96 anos, por um submarino alemão (U-151), quando viajava de La Pallice para Taltal. Com casco de aço, tinha 89,9 m de comprimento, 13,1 m de boca, 7,3 m de calado e 2.543 toneladas—um grande navio.
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RETRATO

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Gosto de fotografar pessoas
(Lisboa, 19-11-2013)
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SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO

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Realizava eu o footing habitual quando sou interpelado por uma das personagens da imagem, pedindo-me para lhes tirar uma fotografia. Fiz-lhes ver que, possivelmente, nunca a veriam mas, mesmo assim insistiram. Fiz o clichê e segui. De supetão lembro-me que estamos na era da comunicação digital, volto atrás e pergunto se algum deles tem e-mail. Um tinha e logo mo deu. Recebeu a foto passadas poucas horas. A isto chama-se progresso. Será? Há quem ache que não.
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DIZ-ME COM QUEM ANDAS . . .



Pacheco Pereira é um intelectual que admiro, mas apenas nessa qualidade. Como político, não é fiável—balança com os ventos circunstanciais e deixa-se levar mais pela emoção que pela razão. Tudo quanto diz sobre o actual Governo está certo. Aliás, não é difícil dizer coisas acertadas contra tal ajuntamento de incapazes, para ser económico na qualificação. Mas, subjacente à hostilidade de Pacheco Pereira face ao executivo, está sobretudo o facto de o PSD de Passos Coelho o ter ignorado—mais que qualquer outra coisa.
A presença nesse triste espectáculo encenado por Mário Soares ontem à noite ilustra o que digo. Pacheco Pereira tem o direito e o dever de flagelar o Governo e sabe fazê-lo bem. Mas deve escolher os compagnons de route. Os de ontem não servem porque não estão à sua altura. E, além disso, não prestam.
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FLORES DOS CANTEIROS

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(Lisboa, 21-11-1013)
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