Cavaco Silva enviou a lei que lança novo imposto sobre o rendimento dos aposentados da função pública para o Tribunal Constitucional. A dúvida do Presidente é legítima porque tal lei configura negócio de cigano, sem ofensa para os ciganos. Estamos habituados a ouvir que o Estado é pessoa de bem e, afinal, sai-nos um trampolineiro—dá o dito por não dito e embrulha-se em explicações esfarrapadas sem ponta por onde pegar.
Não quer isto dizer que não se peçam sacrifícios a todos
os portugueses, incluindo os reformados, para tapar os buracos que esse aventureiro socialista chamada Zezito abriu na Fazenda Nacional. Mas os sacrifícios devem
ser para todos e não reservados aos que estão à mão e são mais fáceis de tosquiar.
Indigna o facto de não haver equidade na austeridade. O cagaço com os ricos e
poderosos provoca náuseas, mesmo aceitando que só eles não chegam para resolver o
problema—em nome disso, não se lhes toca!
Do Tribunal Constitucional espera-se pouco. Depois de ter
deixado passar a aberração da Contribuição Extraordinária de Solidariedade,
ficámos esclarecidos. Mas, pelo menos, o Governo vai suar frio enquanto aguarda
a decisão dos meritíssimos e das meritíssimas. Durante 25 dias, Passos Coelho vai
andar com a fralda molhada.
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