quinta-feira, 28 de novembro de 2013

2º PRINCÍPIO DA TERMODINÂMICA

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João Miguel Tavares, colunista do "Público", é um jornalista que merece ser lido, embora se possa não concordar com ele. Hoje publica a segunda parte de uma carta dirigida a Pacheco Pereira, a propósito da participação deste no plenário furta-cores da Aula Magna. O texto é longo, mas queria chamar a atenção para o final. Diz assim:

[...] E é por isso, caro Pacheco Pereira, que embora eu simpatize com o seu discurso e comungue de muitas das suas preocupações, não sou capaz de fingir um torcicolo para não ver quem está sentado ao meu lado. Sim, nós precisamos de uma outra política e de outros políticos. Mas não precisamos só disso. Precisamos de uma alternativa consistente. E precisamos—sempre, por razões de memória—de apontar o dedo a quem andou a enterrar o país para agora vir, de pança cheia, armar-se em porta-voz dos pobres e oprimidos. A hipocrisia tem limites. E o caro Pacheco Pereira, com a idoneidade que o caracteriza, deveria ter olhos para ver isso.

Tal e qual. Roseta, Vítor Ramalho, Pinto Ramalho, para não falar dessa alma que dá por Carlos do Carmo e ninguém percebe o que ali fazia, têm o verbo fácil, é verdade. Mas em matéria de inspiração é o zero absoluto. Acontece que nós, os que sofremos as consequências da desgraçada governação vigente, há muito que deixamos de estar interessados em jogos florais políticos. Indo directamente ao nó do problema, queremos saber como desatá-lo e é nossa profunda convicção que nenhum dos perorantes daquela noite tem ideia—pálida que seja—de como isso se faz.
A tão noticiada reunião configura, para além da fabricação lúdica de perdigotos, impúdica iniciativa de alguns responsáveis pelo estado a que isto chegou e verdadeira entropia, no sentido termodinâmico do termo—energia não convertida em trabalho.  
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