Pacheco Pereira é um intelectual que admiro, mas apenas
nessa qualidade. Como político, não é fiável—balança com os ventos
circunstanciais e deixa-se levar mais pela emoção que pela razão. Tudo quanto
diz sobre o actual Governo está certo. Aliás, não é difícil dizer coisas
acertadas contra tal ajuntamento de incapazes, para ser económico na qualificação. Mas, subjacente à hostilidade de
Pacheco Pereira face ao executivo, está sobretudo o facto de o PSD de Passos
Coelho o ter ignorado—mais que qualquer outra coisa.
A presença nesse triste espectáculo encenado por Mário Soares
ontem à noite ilustra o que digo. Pacheco Pereira tem o direito e o dever de
flagelar o Governo e sabe fazê-lo bem. Mas deve escolher os compagnons de route.
Os de ontem não servem porque não estão à sua altura. E, além disso, não
prestam.
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