Escrevo frequentemente sobre esse mito construído à martelada, agora em adiantado estado de decomposição, chamado Mário Soares. Porque está senil, devia merecer algum respeito, como todos os velhos. Mas a senilidade só tem revelado aquilo que sempre foi—um sacana vaidoso, mesquinho e medíocre sem direito a ser respeitado, porque se mantém activo na sacanice, na vaidade, na mesquinhez e na mediocridade.
José António Saraiva, no jornal "SOL" de há
dois dias, num artigo intitulado "Um mito em desconstrução", descreve
muito bem o perfil do janota, dizendo nomeadamente:
[...] Todas as vezes que abre hoje a boca retira mais uma
pedra da sua estátua imaginária. Vai pondo a nu os defeitos que antes conseguia
esconder—e lança dúvidas sobre algumas qualidades que se lhe reconheciam.
Soares nunca foi um ideólogo, nem um pensador, nem um
modelo de virtudes, nem um poço de cultura, nem sequer um estadista. Soares
sempre foi um hábil ‘manejador da política’, pouco preocupado com a coerência,
implacável com todos os que se lhe atravessaram na frente, egocêntrico em alto
grau. Colocou-se sempre a si próprio à frente de tudo—da família, do partido e
mesmo do país. [...]
[...] Pedra atrás de pedra, Mário Soares vai
desconstruindo a estátua que ergueu dentro da cabeça de muitos portugueses. Nessa
tarefa de destruição sistemática colaboram jornalistas sem grandes escrúpulos
que sabem que, quando lhe colocam um microfone à frente, Soares não resiste a
falar e diz normalmente uma bojarda qualquer. [...]
É mesmo assim. Vale a pena ler.
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