Com uma carreira científica de 60 anos, durante os quais trabalhou com Einstein, Feynman, Bethe e outros génios, e que só não recebeu o Prémio Nobel em 1965, juntamente com Julian Schwinger, Sin-Itiro Tomonaga e Richard Feynman, porque o Comité Nobel só o atribui a três pessoas pela mesma descoberta, Freeman Dyson, actualmente com 90 anos e ainda a trabalhar na Universidade de Princeton, é um céptico sobre as teorias catastrofistas das alterações climáticas resultantes do aquecimento global. É o escândalo!
Dyson não se incomoda muito com os ataques de que é alvo
e, numa entrevista recente que pode ler aqui, a folhas tantas diz o seguinte
sobre os "especialistas do Apocalipse":
Se a pessoa se senta durante 10 anos em frente do
computador a trabalhar com um modelo, acaba por acreditar que o modelo é a
realidade. Também é verdade que toda a vida dessa gente depende do medo das
pessoas. Na realidade, mesmo apenas psicologicamente, era muito difícil para
eles aparecerem a dizer-nos "Não se preocupem, não há problema". É
natural porque toda a sua vida depende do facto de haver problema. Não digo que
sejam desonestos; penso que é uma reacção humana normal. Acontece também com os
militares—exageram sempre a ameaça, não porque sejam desonestos, mas porque
acreditam que há ameaça e o papel deles é cuidar dela. A comunidade do clima faz
o mesmo, ou seja, tem grande interesse que o problema seja considerado muito
mais sério do que é de facto.
Fico embasbacado por ver um homem destes a dizer o que eu
pensava há muito tempo. Não estou a comparar-me com Dyson, acrescente-se.
Acontece que o raciocínio parece evidente a toda a gente que pensa dois
minutos. É possível que haja algum perigo, mas não será o Apocalipse. A
história de Dyson é uma das mais felizes
reconstituições da lenda do rei que ia nu.
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