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Alguns jornais portugueses titulam com relevo uma notícia:
"Papa diz que só tem mais dois ou três anos de vida". Quem lê fica
com a ideia que o Papa terá alguma doença cujo prognóstico aponta para tal previsão.
Mas lendo a notícia, fica-se a saber que não é seguramente isso. O Bispo de
Roma tem 77 anos e, fazendo contas, chegou à conclusão que dentro desse prazo não
estará em condições de continuar; admite mesmo resignar. Quanto à saúde, diz
que vai resolvendo pequenos problemas "nervosos" com
mate, bebida popular da Argentina que, tanto quanto se sabe, não é
usada em doenças com prognóstico de vida de dois ou três anos.
Assim:
Alínea 1) O título
configura jornalismo rasca. Sobre isto, é tudo.
Alínea 2) Felizmente, o actual Papa tem o senso—pelo
menos por enquanto—de saber que a capacidade humana para quase tudo—incluindo, especialmente, liderar uma religião—se esgota com a idade. Significa tal que,
como Bento XVI, poupará os fieis ao que
aconteceu com João Paulo II, em funções e a arrastar senilidade e doença para lá do que é
louvável.
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