José Sá Fernandes, advogado e empata compulsivo de obras municipais, já foi o Zé que fazia falta e, nessa qualidade, eleito nas listas de Bloco de Esquerda para a Câmara de Lisboa. A sua actuação mais inspirada consistiu em embargar as obras de construção do túnel do Marquês durante anos, sem razão reconhecida pela Justiça, provocando com isso milhões de prejuízo ao concelho, o mesmo que dizer aos munícipes. Tal como Rui Tavares no Parlamento Europeu, o Zé—na Câmara— comeu o isco e cagou no anzol: abandonou o Bloco, mas não a cadeira no município que é fofinha e dá visibilidade. Sobretudo não abandonou o mau feitio e o exibicionismo.
Mas o Zé que fazia
falta continua em grande forma física e intelectual. Agora, como vereador com o
pelouro dos espaços verdes, decidiu deixar o jardim da Praça do Império ser
tragado pelo desleixo e por ervas
daninhas. E porque faz o Zé isto? Porque tudo aquilo—os brasões dos antigos territórios ultramarinos e por aí fora—cheira a
colonialismo. O Zé vai acabar com tão reaccionária situação.
Não sei se tem
competência sobre o Jardim Botânico Tropical—que já se chamou Colonial—mas, se
tem, está explicado o estado de abandono a que está votado. É urgente acabar
com tal manifestação de imperialismo e criar ali uma filial da Quinta da
Atalaia.
Não sei até onde vai o
pelouro do Zé, mas era bom que chegasse ao Padrão dos Descobrimentos pois tudo
aquilo evoca reaccionarismo, imperialismo
e colonialismo. Uma lástima. Coisas salazaristas! Devia ser demolido e a figura
do Infante pendurada com a cabeça para baixo em monumento construído para o
efeito; talvez com projecto do Zezito.
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