[...] À beira das eleições
para a distrital do PS-Braga, agendadas para 6 de Setembro, as suspeitas estão a
agitar aquela que é a segunda maior estrutura federativa do partido. Porque
levantam dúvidas sobre o número de militantes (realmente) activos, porque colocam
em causa o controlo dos cadernos eleitorais - e porque, como se viu nos últimos
dias, atiçaram dirigentes uns contra os outros, divididos entre o apoio a
António José Seguro e a António Costa. E entre uns que gritam ‘aqui há batota'
e outros que atiram com argumentos de transparência no processo. [...]
[...] Quem hoje pede os
votos de militantes do seu partido, amanhã estará a pedir os votos dos
eleitores do seu país. E, para isso, vai ser preciso mais do que um discurso
fervoroso, umas críticas à austeridade e um dedo apontado aos erros do último
Governo, para levar portugueses às urnas e merecer o seu voto. Restaurar a
credibilidade dos políticos e a confiança dos eleitores está nas mãos de quem
lidera partidos e governos. E, a avaliar por situações como as pequenas
irregularidades que se contaram nas primeiras linhas e outras igualmente
suspeitas, não parece que se esteja a fazer muito por isso. O país está a
mudar, precisa de mudar para algo maior e mais responsável, digno de uma
democracia mais madura - e o fim da pequena política é essencial para isso. Ganhar
com batota não é admissível - nem mesmo em política. (O sublinhado é meu)
Helena Cristina Coelho in
"Diário Económico"
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