Adiar,
empalear, atrasar, empatar, engonhar, não fazer hoje o que não se pode deixar para
amanhã, rebabá, é procrastinar. É verdade! Coisa muito antiga! Há hieróglifos
egípcios de 1400 AC onde se lê mais ou menos isto: "Companheiro, não fujas
ao trabalho e deixa-nos ir cedo para casa". Em 800 AC, o poeta grego
Hesíodo falava da mesma coisa: "O que deixa trabalho para amanhã e depois
de amanhã, tal como o que não trabalha, não
enche o celeiro". E em 44 AC, Cícero considerava detestáveis a lentidão e
a procrastinação.
Há mesmo um site na Net
dedicado ao fenómeno, chamado "Procrastination and Science". Pode
visitá-lo aqui, responder a um inquérito sobre o empalear e ver que 87,55% dos
respondentes consideram que o hábito de encanar a perna à rã é chato e os
prejudica.
Cerca de 95% dos procrastinadores
gostariam de o não ser porque o perfil acompanha-se de menos bem estar,
prejudica a saúde e é frequente ser acompanhado de salários mais baixos. Porque o são,
então?—perguntar-se-á. É complicado.
Em primeiro lugar, estudos
feitos em gêmeos univitelinos—ou verdadeiros—e em falsos gêmeos mostram que há
predisposição genética. E tal predisposição acarreta alterações da autorregulação
traduzida em impulsividade. O
procrastinador é um impulsivo que não domina o apetite de adiar para gozar
agora o descanso que vai ter preço futuro. Ao contrário do que poderia parecer, não é um abúlico
.
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