sexta-feira, 22 de agosto de 2014

NÃO FAÇAS HOJE O QUE NÃO PODES DEIXAR PARA AMANHÃ

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Adiar, empalear, atrasar, empatar, engonhar, não fazer hoje o que não se pode deixar para amanhã, rebabá, é procrastinar. É verdade! Coisa muito antiga! Há hieróglifos egípcios de 1400 AC onde se lê mais ou menos isto: "Companheiro, não fujas ao trabalho e deixa-nos ir cedo para casa". Em 800 AC, o poeta grego Hesíodo falava da mesma coisa: "O que deixa trabalho para amanhã e depois de amanhã, tal como o que não trabalha, não enche o celeiro". E em 44 AC, Cícero considerava detestáveis a lentidão e a procrastinação.
Há mesmo um site na Net dedicado ao fenómeno, chamado "Procrastination and Science". Pode visitá-lo aqui, responder a um inquérito sobre o empalear e ver que 87,55% dos respondentes consideram que o hábito de encanar a perna à rã é chato e os prejudica.
Cerca de 95% dos procrastinadores gostariam de o não ser porque o perfil acompanha-se de menos bem estar, prejudica a saúde e é frequente ser acompanhado de salários mais baixos. Porque o são, então?—perguntar-se-á. É complicado.
Em primeiro lugar, estudos feitos em gêmeos univitelinos—ou verdadeiros—e em falsos gêmeos mostram que há predisposição genética. E tal predisposição acarreta alterações da autorregulação  traduzida em impulsividade. O procrastinador é um impulsivo que não domina o apetite de adiar para gozar agora o descanso que vai ter preço futuro. Ao contrário do que poderia parecer, não é um abúlico—decide. Só que decide mal!
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