Saul Villeda, investigador da Universidade de S.Francisco que trabalha com células estaminais, injectou sangue de ratinhos jovens em ratinhos velhos, e vice-versa, e verificou que os segundos passaram a aprender mais depressa e os primeiros embruteceram. Em breve, vamos assistir ao ressurgimento, não do Drácula, mas de muitos Dráculas. É o elixir da longa vida, perseguido desde há séculos. Jess Zimmerman, escritora freelance em vários jornais de referência, conta que um documento de 1600 AC—conhecido por papiro Edwin Smith—já fala de cremes, poções, dietas, e outras pessegadas para manter a juventude. Diz mesmo que o Papa Inocente VIII bebia sangue de jovens para evitar o inevitável—os jovens morreram e o Papa também, claro está. Um alquimista italiano e trapalhão do Século XVI recomendava que se encerrassem jovens em ambientes bem fechados e se aspirasse o ar do cubículo para o respirar, pois teria propriedades rejuvenescentes. Os antigos hindus embrulhavam doentes com icterícia em peles de animais para adquirirem a cor destes. E rebabá.
Tempos houve em que a esperança de vida era curta e a velhice rara—o velho era objecto de culto e mordomias. Com o progresso médico e social, a velhice banalizou-se e transformou-se em ícone de decadência, num estigma, em alvo dos que prometem evitar o inevitável. A cirurgia estética conhece dias de ouro e a indústria cosmética idem aspas. Esta, em 2012, só nos Estados Unidos, vendeu quase 55 mil milhões de dólares. Ainda não é possível beber ou tomar banho em sangue humano. Mas já se pode usar creme feito com placenta de cabra, ou células estaminais. É um começo, promessa de novos e melhores dias. Ou piores?
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