segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

OS GRANDES VELEIROS

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OSCAR PETERSON & COUNT BASIE

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Blues de primeira
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GALÁXIA NGC 1097

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Estamos a ver a imagem da parte central da galáxia NGC 1097—os braços em espiral do conjunto ficaram fora do retrato tirado pelo Telescópio Espacial Hubble. Está a 45 milhões de anos/luz da Terra e é visível na constelação Fornax, ou Fornalha. No centro da galáxia, e da fotografia, está um buraco negro com massa 100 milhões de vezes superior à do Sol que atrai e "engole" quantidades impensáveis de matéria. Tal matéria em movimento muito veloz emite a radiação que vemos à volta do buraco, sendo outra parte do hidrogénio ionizado na região de formação de novas estrelas existente na periferia do anel. O diâmetro deste é cerca de 5 mil anos/luz e a galáxia estende-se para além dele dezenas de milhares de anos/luz. Um espanto!
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O TORQUEMADA SOVIÉTICO

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Falávamos ontem dos problemas havidos com os cosmologistas depois de Pio XII ter usado a teoria do Big-Bang como prova da existência de Deus e da Criação. Enquanto no Ocidente tais problemas tinham origem na religião, no Leste eram os políticos que entravam na polémica. Na União Soviética os ideólogos do regime eram ati-Big-Bang porque este não estava de acordo com a ideologia marxista-leninista. Os comunistas não aceitavam um momento de Criação porque isso era aceitar um Criador; e diziam que a teoria era uma manobra do Ocidente, não obstante um dos pais da doutrina ser o russo Alexander Friedmann, de S. Petersburgo.
O ideólogo Andrei Zhdanov, coordenador das purgas estalinistas dos anos 30 e 40, resumia a matéria em poucas palavras: "Falsários da ciência querem ressuscitar o conto de fadas da origem do mundo a partir do nada". Das palavras, passou aos actos e começou a perseguição aos que chamava "agentes de Lemaître". As suas vítimas incluíram Nikolai Kozyrev, que foi mandado para um "campo de trabalho" em 1937 e condenado depois à morte, sentença que foi comutada para prisão, por as autoridades terem encontrado inesperada dificuldade em organizar um pelotão de fuzilamento.
Vsevolod Frederiks e Matvei Bronstein, também defensores do Big-Bang, tiveram menos sorte. Frederiks esteve preso em vários campos e acabou por morrer ao fim de seis anos de trabalhos forçados. Bronstein foi fuzilado sob a acusação de espionagem.
Com tais riscos, a investigação cosmológica decente parou na defunta União Soviética. O astrónomo V. E. Lov, seguidor do partido e lacaio dos auto-proclamados defensores do proletariado, para usar terminologia cara aos comunistas, dizia que o modelo do Big-Bang era um "tumor canceroso que corroía a ciência astronómica moderna" e o "principal inimigo ideológico do materialismo científico". E Boris Vorontsov-Veliavinov, colega de Lov, chamava a Gamow apóstata americanizado, blá, blá, blá, e outras conversas que já conhecemos, tipo "Pacto de Agressão", "Novas Políticas" e por aí fora. Era a versão Século XX da Inquisição, com Staline no papel de Torquemada.

DESCRIÇÃO DA TERRA CONHECIDA

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SÓ FALTA UM MILHÃO

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O Porto tem a mania da perseguição. E quando não tem, usa a perseguição como arma.
É com o programa "Praça da Alegria" que, por razões que desconheço, irá deixar de ser produzido em Vila Nova de Gaia—manifestação de maldade viperina de Lisboa que não compreende a importância cultural de tal produção e o que a sua deslocação significa de prejuízo para o futuro da Nação. E lá vêm os intelectuais da música ligeira, médicos, treinadores de futebol, blá, blá, blá, apelar ao bom senso para que não seja cometido um crime de lesa cultura, e sobretudo de lesa Pátria. É com a Casa da Música  que vê cortado o seu orçamento, o que motiva uma patética petição na Net onde se lêem coisas grandiloquentes, tipo "A Casa da Música é hoje um ícone do Porto e o seu estrangulamento é um nó na garganta dos seus cidadãos. Se ficarmos quedos perante a afronta, outros machados se abaterão sobre as nossas instituições e o nosso inalienável direito a fazer da cultura uma das pedras basilares da vida quotidiana".
O Porto tem andado a dormir, segundo parece. No período de crise em que nos meteram os famosos políticos que são os nossos, com milhares de pessoas a passar fome e milhões a serem espoliados dos seus rendimentos pelo fisco, número assustador de gente sem emprego e empresas a falir às dúzias diariamente, vem com uma conversa fora do contexto sobre a "Praça da Alegria" e com cordões humanos em volta da Casa da Música onde se ouviram palavras de ordem como "A Casa é nossa, vamos dar a mão, só falta um milhão". Aos humanos do referido cordão eu digo que um milhão é muita massa. E quando não há dinheiro para comer, o pífaro tem de esperar. Deixemo-nos de demagogia barata ao serviço de forças políticas que são tão más como as que nos governam agora. Infelizmente, porque precisávamos de coisa melhor.

domingo, 30 de dezembro de 2012

OS GRANDES VELEIROS

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"Sweepstakes"
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O clipper americano "Sweepstakes", de 1853, tinha 66 m de comprimento e 13 m de boca. Em 1857, ligou Nova Iorque a Bombaim em apenas 74 dias de navegação. Encalhou em Maio de 1862, em viagem entre Adelaide, na Austrália, e Batávia, nas índias Orientais, ficou inutilizado, sendo demolido.

VAMOS NAVEGAR

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PILIM

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O dinheiro tem três propriedades fundamentais. Funciona como depósito de valores, significando isto que se pode adiar o consumo para datas posteriores, o que é difícil com o sistema de troca directa de bens, muitos perecíveis. É unidade de valor, ou seja, diz-se que um relógio Rolex custa tanto como seis vacas, mas é mais útil e fácil dizer que o relógio, ou as vacas, custam 10.000 euros, podendo comparar-se o seu valor com o de outros objectos. E é o mais prático meio de troca porque, por exemplo, se eu tenho um pente de bananas que não quero e necessito de um par de sapatos, no regime de troca directa tenho de encontrar alguém que tenha os sapatos e precise de bananas; enquanto que, com dinheiro, posso vender as bananas a um e comprar os sapatos a outro.
Isto—comprar e vender—corresponde ao modo como é usado na actualidade; mas nem sempre foi assim. Em regimes tribais e outras economias primitivas, tinha sobretudo papel de "lubrificante" social, ou seja, era usado para negociar casamentos, conseguir 
paternidade de crianças, confortar familiares de falecidos, conseguir perdão de crimes, fazer tratados, conseguir apoiantes numa qualquer competição. Não significa isto que actualmente não sirva ainda a essas funções, mas a isso chama-se corrupção, e outras coisas mal vistas socialmente. 
O dinheiro apareceu provavelmente no terceiro milénio antes de Cristo, na Mesopotâmia. Era constituído por peças de prata e não por moedas ou notas. Foi no Século VII AC, no pequeno reino da Lídia, na actual Turquia, que as moedas metálicas estandardizadas, duma liga de ouro e prata, foram usadas  pela primeira vez.  Era muito mais fácil levá-las no bolso que levar cabras, borregos, galinhas, ou vacas; podia negociar-se com quem não se conhecia e nunca mais se via; as moedas não morriam ou envelheciam como as vacas e vendia-se agora e comprava-se só na semana seguinte, ou mês, ou ano.
Outros reinos seguiram o exemplo de Lídia e as moedas tornaram-se correntes no Mediterrâneo, com os estados a cunhar moeda, o que tinha a tripla vantagem de aumentar as trocas comerciais, facilitar a cobrança de impostos e estabelecer a autoridade das nações.
Na altura ainda não se tinham lembrado do euro, não havia o Eurogrupo, nem o Dr. Soares tinha nascido para impulsionar o fabrico de dinheiro, para escrever artigos no "Diário de Notícias", ou para organizar uma fundação subsidiada pelo rei da Lídia. Era tudo muito primário, mas foi assim que começou e foi assim que Vítor Gaspar acabou por se atravessar no nosso caminhoGANDA AZAR!...
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TEMPUS FUGIT

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NESTE DIA

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Estamos no penúltimo dia do ano. Em 30 de Dezembro de outros anos ocorreram acontecimentos importantes: Lenine proclamou a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, já falecida; nasceu o escritor Rudyard Kipling; foi enforcado Saddam Hussein, etc. por aí fora. 
Mas porque me é especialmente caro, quero destacar um facto: neste dia, em 1924, há 88 anos portanto, o astrónomo americano Edwin Hubble disse ao mundo que havia outras galáxias semelhantes à nossa Via Láctea, diferentes e fora dela; e que essas galáxias, então  chamadas nebulosas, estavam em movimento acelerado, expandindo o universo permanentemente.
Viria depois a admitir-se que tal expansão não se fará avançando os astros para espaço previamente vazio, mas sim acompanhando o crescimento do próprio espaço; como se desenhássemos círculos na superfície de um balão e o enchêssemos de ar—à medida que aumenta de volume, os círculos vão-se afastando e crescendo.
Hubble deu-nos nova dimensão do universo. Foi provavelmente o maior avanço da Astronomia depois de aceite o heliocentrismo.

CARTOGRAFIA

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A cartografia é parte importante da História e terá mais de 8.000 anos de prática. Quanto mais antigos e toscos os mapas, maior a sua beleza. É caro mas fascinante coleccioná-los.

O TAMANHO DO MUNDO

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Veja as dimensões relativas das coisas mais variadas no nosso mundo que é enorme. Desloque o cursor para a esquerda ou para direita para mudar a escala e clique nas figuras para ter informações.
Chega lá, clicando na figura em cima, ou aqui, o que abre a animação.
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(Colaboração de J. Castro Brito)
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'NOVA TOTIUS TABULA'



O 'BIG-BANG' CATÓLICO

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Referíamos há uma semana a polémica entre os advogados do Big-Bang e os partidários do universo eterno, e também o aproveitamento da teoria do Big-Bang por Pio XII, falando na Pontifícia Academia das Ciências, para concluir sobre a realidade da Criação e a existência de Deus. A posição do Papa caiu muito mal nos meios científicos, desde logo nos defensores do universo eterno, que viam na atitude de Pio XII uma intromissão na área da investigação, misturando alhos com bugalhos e tirando conclusões excessivas ao dizer: "Portanto, há um criador. Portanto, Deus existe".  Na verdade, no limite, poderia dizer que, a confirmar-se o Big-Bang, tal era compatível com a narração do Genesis e nada mais. Além disso, as palavras do Papa davam força ao Big-Bang entre os católicos e constituíam factor a favor da sua aceitação.
Entre os proponentes da versão do Steady State Universe, Thomas Gold comentava sarcasticamente: "É verdade, o Papa também defendeu a teoria da terra no centro do universo". Referia-se Gold a Urbano VIII que em 1633 obrigou Galileu a retirar a teoria do heliocentrismo do Sistema Solar.
Entalado grandemente na matéria estava Monsenhor Georges Lemaître, um dos "pais" do Big-Bang e sacerdote católico, que esteve presente na Pontifícia Academia das Ciências, onde ouviu Pio XII com algum escândalo e preocupação por discordar totalmente de tal aproveitamento. Referindo-se à teoria que tinha ajudado a construir com o russo Friedmann, dizia que, do seu ponto de vista, tal teoria devia ficar fora de qualquer questão metafísica ou religiosa.
Decidido a acabar com o aproveitamento do Big-Bang como arma de arremesso do Vaticano, Lemaître falou com o seu amigo Daniel O'Connel, director do "Observatório do Vaticano" e conselheiro do Papa para assuntos da ciência, no sentido de ambos o dissuadirem de voltar a falar no assunto. Inesperadamente, foram ouvidos e Pio XII e a Cúria nunca mais abriram a boca para falar da matéria.
Em posição directamente oposta à do Papa, relativamente ao universo com início definido no tempo, estavam os comunistas que perseguiram e mataram vários cientistas na União Soviética por causa do Big-Bang. Falarei disso noutro dia porque é esclarecedor e ilustrativo das mais amplas liberdades na terra onde nascia o Sol que iluminava a Terra, Dr. Cunhal dixit.

sábado, 29 de dezembro de 2012

OS GRANDES VELEIROS

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HMS "Diana"
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A fragata "Diana", da classe Artois, estava armada com 46 canhões. 
Aqui vai ela, a partir para a América em 1812.
(Pintura de Tzoli)
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LYNN CHADWICK

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Museu Berardo
(04-10-2012)
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PARVALOREM ! ! !

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Dizem os jornais que Arlindo de Carvalho deve 60 milhões ao BPN e não paga. Duarte Lima também deve muito e não paga. Um janota chamado El-Assir, amigo de Dias Loureiro, idem aspas. De acordo com a mesma fonte, o Estado criou um "veículo" (?!) chamado PARVALOREM para recuperar o que for possível. Não é para recuperar o que os caloteiros devem, repare-se, mas só o que for possível; e o possível está a gente a ver quanto é: ZERO!
E depois? Depois morrem as vacas e ficam os bois. Já repararam no nome do tal "veículo"? PARVALOREM! Parvos somos nós que aturamos isto. E cara alegre.
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TURISMO DE QUALIDADE

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(13-09-2012)
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O CÁGADO LUSITANO

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O  Governo brasileiro anunciou o adiamento da aplicação obrigatória do acordo ortográfico para Janeiro de 2016. O Governo português decidiu começar a aplicar o acordo em 2009. Considerando que tal acordo representa um frete feito ao Brasil, a situação não é só ridícula—é humilhante e traduz o completo desprezo dos brasileiros por aquilo que Portugal faz, incluindo sabujar-se.
Não somos campeões do mundo em nada, é verdade, mas saibamos comportar-nos com um nadinha de dignidade. Deixemos de nos considerar os coitadinhos do planeta. O que o Brasil acaba de fazer é bem-vindo para os que, como eu, acham o acordo um nojo; mas representa enorme falta de delicadeza e consideração com os portugueses.
O Brasil, em resumo—para falar bem e depressa—está a cagar-se para nós, pedindo desculpa pela brutalidade. E está tal porque nós nos colocamos na posição do penico. Exactamente! Se não queres molhar-te, não andes à chuva, é bom de entender.
Chegado a este ponto, quero tirar o chapéu a um cidadão e a um País. O cidadão é Vasco Graça Moura que tem pugnado galhardamente para prevenir o aborto, incluindo o ter abolido o seu cumprimento no Centro Cultural de Belém logo que tomou posse como presidente. O País é Angola, que não aderiu ao aborto, dando-nos uma lição de dignidade. Infelizmente, tirando raras excepções, somos uma Pátria de cágados. Esta Nação, onde a terra acaba e o mar começa, é o habitat natural do cágado lusitano de Lineu. Mais nada.
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MERCADO EM HERAT

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Afeganistão
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BRILHANTE ! ! !

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"Efeito" Jesualdo
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O RABO DO GATO ESCONDIDO

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Este Governo não presta—já toda a gente percebeu e é preciso dizê-lo, especialmente aqueles que o apoiaram. São esses que têm autoridade para o fazer com credibilidade. Em particular os que não falam por razões partidárias, ou por verem interesses próprios e injustificados ofendidos, como é o caso do Dr. Soares, fóssil típico do reviralho e personagem com história de comensal no banquete do orçamento do Estado.
O Dr. Soares continua pateticamente a verter prosa em vários jornais, sem conseguir disfarçar onde lhe dói. Hoje, no "Diário de Notícias", mais uma vez mostra o primarismo ideológico a que nos habituou e não evita deixar escapar um grito da dor que o Governo lhe provoca e que tem tentado disfarçar por pudor (ainda tem algum!). Diz assim, às tantas:

[...] Um ano e pouco depois de empossado, o Governo de Passos Coelho nunca foi capaz de definir uma estratégia coerente, nem de se entenderem, entre si, os respetivos ministros. A paralisia dos ministérios, com avanços e recuos, é a regra. Por outro lado, teve o mérito de pôr contra si todos os sectores da sociedade portuguesa: das Forças Armadas às policiais, das Igrejas às universidades, dos partidos, incluindo a maioria do próprio PSD, aos sindicatos, das autarquias (municípios e freguesias) às fundações privadas e de interesse público*, têm vindo a destruir a classe média, criando as maiores dificuldades aos próprios bancos. [...]

Passando por cima da sintaxe tremelicante que não interessa agora, já tínhamos percebido que as fundações privadas e de interesse público merecem especial carinho ao Dr. Soares. Ninguém percebe porquê. É talvez uma fé que tem; o que justifica nunca ter falado em atribuição de benesses escandalosas e injustificadas a fundações de luxo, cuja finalidade não é clara e cujos meios o são ainda menos, de acordo com o que se lê e ouve nos media.
Hoje o gato escondido deitou o rabo de fora. Como diria Jô Soares, já entendi! Já entendi!
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* O sublinhado é meu

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

OS GRANDES VELEIROS

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31 DA ARMADA

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A confirmar-se o que diz o blog "31 da Armada", a cena passa-se na Universidade de Verão do Partido Socialista, em Évora, em Agosto deste ano. Se é assim, está explicado porque o PS ainda não perorou sobre a matéria. "Há outro caminho"—eh, eh, eh...

(Informação facultada por J. Castro Brito)
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ROYAL MARINES DRESS COAT, 1782

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BIBLIOTECA OU CIBERCAFÉ ?

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A biblioteca pública é uma conquista da civilização com grande tradição nos Estados Unidos. Sempre foi mais do que um armazém de livros para a leitura por todos os cidadãos segundo normas estabelecidas. É também lugar de convívio, troca de opiniões e discussão de pontos de vista, em circunstâncias esporádicas individuais e em eventos organizados.
Mas, continuando a ser isso, está a mudar com a chegada da Internet. Nos Estados Unidos, 100% das bibliotecas públicas dão aos cidadãos acesso à Net e 90% delas fornecem mesmo formação e treino na sua utilização. Tal permite a leitura de livros digitais e, em muitos casos, a possibilidade de os descarregar em computadores portáteis, no iPad e por aí fora. E é também permitido o uso para operações bancárias, procurar emprego, fazer compras e tudo que se faz em casa. No fundo, um estímulo às novas técnicas da comunicação, em benefício de todos.
No ano passado, 25% dos adultos americanos usaram as bibliotecas públicas para aceder  à Internet. Desses, a maior parte correspondia aos quase 33% da população que não tem ligação à rede em casa, sobretudo negros e hispânicos.
Pode achar-se uma desolação ver a antiga casa do livro transformada em cibercafé, não com salas forradas de estantes repletas de livros de magníficas lombadas, mas apenas com mesas pindéricas cheias de monitores igualmente pindéricos. 
Muitos jornais são mais lidos online que em papel e alguns já acabaram com o papel. É o império do funcional, do eficiente e do mais económico. Quem não gosta, tem de se conformar; ou ir à Biblioteca do Vaticano. É a vida!
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OBSCURANTISMO NORTE-COREANO

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Vista nocturna de parte da Ásia fotografada dum satélite. Há muita luz artificial por todo o lado. Eventualmente, até luz a mais, a consumir recursos do planeta indispensáveis e finitos—repare-se na Coreia do Sul, no Japão e na China. Em contraste, reina a escuridão na Coreia do Norte—até a capital está às escuras, ou quase. Nem oito, nem oitenta! Ali reina, além da escuridão no espaço, a das cabeças. Escuridão nem é o termo adequado—obscurantismo, é que é. Obscurantismo pior que o "salazarento", como diria essa jornalista inspirada chamada Fernanda Câncio.
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NAVEGAR NA REGIÃO ANTÁRCTICA

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'DE HUMANI CORPORIS FABRICA'

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Organização dos nervos espinais, em desenho a tinta da China baseado num quadro de Vesálio—fundador da Anatomia moderna—e o seu retrato feito por Tintoreto. Em cima a capa da obra de Vesálio De humani corporis fabrica (1543), de onde foi copiado o desenho.
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JARDIM SEMPRE

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Segundo o Tribunal de Contas, o governo de Alberto João Jardim não observou as normas regimentais nas concessões dos caminhos da ilha, causando um prejuízo ao Estado de quase 300 milhões de euros. Em boa verdade, devíamos ficar indignados e pedir a subida do janota ao cadafalso, uma vez que tal quantia vai ser extraída aos pensionistas, está bom de ver.
Mas o "Excel Man"—vulgo Vítor Gaspar—em minutos resolve o problema e tira mais um coelho da cartola dos reformados. É só ligar o computador, abrir o "Microsoft Office Excel" e, com dois passes de mágica, acerta as contas. Voilà! Depois dá um nome à extorsão que pode ser—sugiro eu—Contribuição de Caridade Insular, aplicada com exclusividade a pensionistas, como já vigoram outras, verbi gratia a Contribuição de Solidariedade tout court, que não sei para que serve mas será eventualmente para tapar o buraco de 3 mil milhões de euros dos 500 clientes caloteiros do queijo suíço chamado BPN.
Fique Vossa Excelência, Senhor Doutor Gaspar, tranquilo porque os pensionistas pagam de boa vontade. Somos gente de não virar a cara à luta e estamos cá para o acompanhar nesta cruzada que é a salvação da Pátria. Lutará o Ministro, e lutaremos nós, até ao último reformado. Tal e qual—como Churchill lutaria com Hitler, se necessário fora, até ao último americano.
Apesar de Jardim ser impagável, pagaremos sem gaguejar, titubear, ou tergiversar; posso garantir. Queremos é Jardim sempre, toujours tout droit, forever. E também queremos os caloteiros da Quinta da Marinha e similares sempre, toujours tout droit, forever. Que seria deste País sem Sua Excelência Gaspar e sem os pensionistas? Nada!... É uma honra que nem merecemos.
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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

OS GRANDES VELEIROS

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"Brown Smith Jones"
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ESCADA

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(04-10-2012)
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POBREZA

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Bernard Shaw escreveu um dia: "Não percas tempo com questões sociais. O problema dos pobres é a pobreza; o dos ricos é a inutilidade".  
Aristóteles também falou da pobreza para dizer que é a mãe da revolução e do crime; do que se infere que, para o filósofo, crime e revolução eram coisas de ética equivalente.
Desde Aristóteles, muito se tentou para acabar com a pobreza—ironicamente até revoluções—e ela continua aí. E Bernard Shaw achava que as questões sociais eram perda de tempo, em matéria de pobreza e riqueza.
Em que ficamos?, perguntar-se-á. Suspeito que ficamos com os pobres, os ricos, o crime e as revoluções. Afinal, as revoluções, além de crimes praticados em nome de filosofias para acabar com eles, trouxeram o quê? Pouco, nada, ou pior. Sobre o crime não sei nada, parece-me que vai mudando de estilo, mas é actividade pegada de estaca.
É questão política essa, dirão. Aos que assim pensam lembro Chesterton: "Os pobres dizem que são mal governados; os ricos sempre disseram que não quererem ser governados".
E então? Então estamos conversados. Boa noite e até amanhã.
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'O DOLICOCÉFALO' NO 'GOOGLE'

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No Google encontra-se uma página só com imagens deste blog. A que se reproduz em cima é de hoje. Pode visitar essa página clicando aqui.
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CREPÚSCULO

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Cascais, 26-12-2012
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'HANGOVER', VULGO 'RESSACA'

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Hangover é como os pategos que falam inglês chamam ao que para nós é "ressaca". Tais pategos têm incomensurável experiência da matéria, preocupam-se com ela e estudam-na em profundidade. A newsletter de hoje da revista "The New Yorker" traz uma revisão da situação que pode ser útil para a sua profilaxia e também em caso de emergência, quando o crime é consumado.

Transcreve-se a tradução de parte inicial do artigo, podendo o texto completo ser lido aqui, numa cópia.

 [...] Das misérias que a humanidade sofre regularmente, algumas são pequenas e contudo, enquanto duram,  tão incómodas que se pergunta porque, depois de tanto tempo, não se encontrou remédio para elas. Se os cientistas não têm cura para o cancro, tal faz sentido. Mas a banal constipação, a cólica menstrual? A "ressaca" é outra situação do mesmo género. É uma afecção evitável: não beber. Contudo, as pessoas, através dos tempos encontraram o que lhes pareceu boa razão para recorrer ao álcool. [...]

[...] A "ressaca" atinge o auge quando o álcool que foi metido no organismo é finalmente eliminado—ou seja, quando o nível de álcool no sangue volta ao zero. A toxina foi-se, mas o mal está feito. [...]

Blá. blá, blá... (Ler tudo porque é matéria de exame. Está em inglês, mas é muito fácil)
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CIRCULA NA 'NET'

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Era em 1965, é verdade. 
Mas 2.726$00 correspondem a €13,59.
Nesse ano, em 1965, eu ganhava 1.800$00 como aspirante a oficial miliciano do Exército, menos €4,93 que o Primeiro-Ministro. Coisas salazarentas, está bom de ver!
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SABER POPULAR

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Vive cada dia como se fosse o último porque um dia vais acertar.
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ATERRAR NO PORTO

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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

OS GRANDES VELEIROS

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"Star Clipper"
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ASTROLÁBIO

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TALES DE MILETO E A TEORIA DAS CORDAS

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A Teoria de Tudo, ou do Todo, é um objectivo da Física Teórica que pretende explicar em conjunto todos os fenómenos físicos, desde os da Física Quântica à Newtoniana e à Relatividade Geral. Inicialmente, a expressão (Theory of  Everything, em inglês) foi usada de forma irónica em histórias de ficção científica por Stanislaw Lem, nos anos 60. Em 1986, o físico John Ellis usou-a num artigo publicado na revista “Nature” e passou a fazer parte da linguagem científica, sendo inclusivamente título dum livro da autoria do famoso cientista Stephen Hawking.
Serve isto de introdução para dizer que a ideia não é nova na cultura e constitui ambição da ciência desde os tempos antigos. Mais de 600 anos antes de Cristo, Tales de Mileto, provavelmente o primeiro filósofo racional (nome dado aos cientista de então) do Ocidente, dizia que toda a matéria era constituída pela mesma substância que, segundo ele, seria a água. A asneira é careca, mas numa coisa parece que Tales estava certo: se a actual Teoria das Cordas está correcta, a matéria é toda feita da mesma coisa, de cordas vibráteis de energia. Onde Tales falava de água, diga-se cordas.
O vídeo em baixo pretende dar ideia do que é a Teoria das Cordas, ou Teoria das Supercordas. Apresentado por Brian Green um dos grandes físicos actuais defensor da Teoria, é um documento interessante que vale a pena ver. 
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AGULHA DE MAREAR

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QUE FARTURA ! ! ! : . .

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Hoje, na sua habitual crónica no “Diário de Notícias”, Vasco Graça Moura escreve às tantas:

[…] Vive-se sob a pressão do imediato, de um imediato teratológico e irremediável. Há cada vez menos capacidade do homem comum para enquadrar e compreender o que lhe acontece e acontece à sua família ou à dos vizinhos: pais, irmãos, filhos, parentes, velhos e novos, gente cujas vidas em concreto se vão passando agora entre a angústia do desemprego e a do risco de tudo se desmoronar.
Se se teme, logo à partida, que as soluções adoptadas acabem por falhar umas atrás das outras sob o impacto brutal de uma realidade dificilmente controlável, também as análises da situação que se vive são contraditórias, frequentemente eivadas de preconceitos ideológicos que nada resolvem, repassadas de posicionamentos teóricos que, por sua vez, não conseguem abarcar os mecanismos que fazem mover a realidade, ou marcadas por apelos revolucionários e malabarismos verbais que não levam a lado nenhum. […]

Efectivamente, o que angustia o cidadão que quer viver sem a obsessão do circo político e da oratória demagógica dos Passos, Seguros, Jerónimos, Semedos e quejandos, é não ver forma de sair do buraco em que o meteram. Para qualquer lado que se vire, vê Passos, Seguros, Jerónimos, Semedos e quejandos e não meio de sair do buraco. Vê janotas que se julgam no centro da sua vida, que acabam por ocupar pelos piores motivos. Não há pachorra!...
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FACTOS

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Os factos são inimigos da verdade
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D. Quixote
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terça-feira, 25 de dezembro de 2012

OS GRANDES VELEIROS

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DICIONÁRIO DO DIABO

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ANO s. m.―Período de trezentas e sessenta e cinco desilusões.