É Natal e a estrela é um ícone indissociável da época
festiva. Referida apenas no Evangelho de S. Mateus, alegadamente apontou o
caminho aos magos Gaspar, Baltazar e Belchior para encontrarem o local do
nascimento de Cristo, a quem foram adorar, levando presentes de incenso, ouro e
mirra―a Bíblia nunca os refere como reis, embora popularmente sejam assim
considerados.
A veracidade histórica da Estrela de Belém é duvidosa e tem
sido motivo de estudos astronómicos que procuram encontrar a explicação
científica para o fenómeno. É difícil tal trabalho, desde logo porque não há
dados certos sobre a data do nascimento de Jesus, embora tudo aponte para que
tenha sido no Século IV, ironicamente designado por Antes de Cristo. Sem data
precisa, é difícil aos astrónomos determinar retrospectivamente o que terá
acontecido, ficando apenas hipóteses de fenómenos celestes que se sabe terem
ocorrido então e eventuais situações esporádicas, impossíveis de demonstrar,
como as chamadas estrelas cadentes, explosão de um meteoróide, aparecimento
duma nova ou supernova, que correspondem ao fim de uma estrela, tornando-a visível a olho nu, a
conjugação de planetas, neste caso de Júpiter e Saturno, e por aí fora.
Os fenómenos celestes eram na época frequentemente
interpretados como prenúncio ou anúncio de factos terrestres importantes e é
possível que tal tenha motivado S. Mateus a referir a Estrela de Belém no seu Evangelho―dos
quatro evangelistas “oficiais”, é o único que o faz, sendo o seu escrito o mais
moderno e por isso mais tempo depois do narrado. S. Marcos,
S.Lucas e S. João passam totalmente ao lado de S. Mateus na matéria.
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