O Senhor Primeiro-Ministro
anda à brocha com a trapalhada em que se meteu—não esperava o charco fedorento que
o Zezito lhe deixou e agora não sabe como descalçar a bota. Nós compreendemos a
enrascada, porque somos compreensivos, está bom de ver. Mas isso não lhe dá o
direito de dizer jericadas. Pode dizê-las lá em casa, no Conselho de Ministros,
quando for beber uns copos com os amigos; mas não em público e ainda menos quando
está frente às câmaras da televisão, aos microfones das rádios e aos
jornalistas em geral.
Há dias, bolsou a
de que algumas pensões não correspondem ao valor dos descontos que os
pensionistas fizeram ao longo da carreira contributiva, coisa com que estamos
todos de acordo. Porquê? Porque há gente que está nessas condições,
nomeadamente políticos, incluindo alguns e algumas do seu Partido ainda no
activo. O Senhor Primeiro-Ministro devia ser mais cauto quando fala, atirar a trampa
directamente para cima daqueles a quem ela é dirigida, e não para o ar, porque
salpica todos indiscriminadamente.
Por outro lado,
este OE 2013 penaliza pensionistas que estão exactamente nas mesmas condições
remuneratórios de pessoas no activo que não são penalizadas da mesma forma.
Porquê? Não se percebe, mas fica a suspeição de que o Governo tem um parti pris, um viés, uma coisa freudiana,
contra os pensionistas. Algum pensionista, há muitos anos, partiu o carrinho de
corda do ministro Gaspar, roubou um chupa-chupa a Passos Coelho, ou deu uma
estalada no Relvas (pena que o último já tenha, verosimilmente, morrido porque
fazia cá falta agora).
Como dizia Joaquim
Letria já aqui citado, os políticos devem pensar que os velhos já estão
mortos e que, no fim de contas, estamos todos mal enterrados... Mas não;
nem mortos, nem mal enterrados. Estamos apenas na fase de que falava Luís
Fernando Veríssimo, como referi há dias, a respeito das qualidades das mulheres: "Hoje, com 44 anos, gosto de mulheres com mamas grandes. É só!" Os reformados também não são exigentes: só querem um governo que
não diga nem faça jericadas. Mais nada!...
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