domingo, 30 de dezembro de 2012

PILIM

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O dinheiro tem três propriedades fundamentais. Funciona como depósito de valores, significando isto que se pode adiar o consumo para datas posteriores, o que é difícil com o sistema de troca directa de bens, muitos perecíveis. É unidade de valor, ou seja, diz-se que um relógio Rolex custa tanto como seis vacas, mas é mais útil e fácil dizer que o relógio, ou as vacas, custam 10.000 euros, podendo comparar-se o seu valor com o de outros objectos. E é o mais prático meio de troca porque, por exemplo, se eu tenho um pente de bananas que não quero e necessito de um par de sapatos, no regime de troca directa tenho de encontrar alguém que tenha os sapatos e precise de bananas; enquanto que, com dinheiro, posso vender as bananas a um e comprar os sapatos a outro.
Isto—comprar e vender—corresponde ao modo como é usado na actualidade; mas nem sempre foi assim. Em regimes tribais e outras economias primitivas, tinha sobretudo papel de "lubrificante" social, ou seja, era usado para negociar casamentos, conseguir 
paternidade de crianças, confortar familiares de falecidos, conseguir perdão de crimes, fazer tratados, conseguir apoiantes numa qualquer competição. Não significa isto que actualmente não sirva ainda a essas funções, mas a isso chama-se corrupção, e outras coisas mal vistas socialmente. 
O dinheiro apareceu provavelmente no terceiro milénio antes de Cristo, na Mesopotâmia. Era constituído por peças de prata e não por moedas ou notas. Foi no Século VII AC, no pequeno reino da Lídia, na actual Turquia, que as moedas metálicas estandardizadas, duma liga de ouro e prata, foram usadas  pela primeira vez.  Era muito mais fácil levá-las no bolso que levar cabras, borregos, galinhas, ou vacas; podia negociar-se com quem não se conhecia e nunca mais se via; as moedas não morriam ou envelheciam como as vacas e vendia-se agora e comprava-se só na semana seguinte, ou mês, ou ano.
Outros reinos seguiram o exemplo de Lídia e as moedas tornaram-se correntes no Mediterrâneo, com os estados a cunhar moeda, o que tinha a tripla vantagem de aumentar as trocas comerciais, facilitar a cobrança de impostos e estabelecer a autoridade das nações.
Na altura ainda não se tinham lembrado do euro, não havia o Eurogrupo, nem o Dr. Soares tinha nascido para impulsionar o fabrico de dinheiro, para escrever artigos no "Diário de Notícias", ou para organizar uma fundação subsidiada pelo rei da Lídia. Era tudo muito primário, mas foi assim que começou e foi assim que Vítor Gaspar acabou por se atravessar no nosso caminhoGANDA AZAR!...
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