A notícia aí em cima vem nos jornais de hoje e suscita-me
duas perguntas. A primeira é se o desembargador da Relação do Porto que lavrou
a sentença é o mesmo que considera útil os trabalhadores beberem um copito
antes de iniciarem a labuta diária para ganharem os copos deles de cada dia.
A segunda é mais complexa. Tanto quanto sei, recentemente,
é a segunda vez que militares da GNR são condenados por actos praticados na
perseguição de bandidos. Além desses casos, ocorreu ainda o do gatuno que atirou
sobre o proprietário duma padaria e a quem a família do atingido deu um enxugo
de porrada para o neutralizar, tendo o Ministério Público apoiado o pedido de indemnização
que o bandido exigia pelos danos sofridos nas ventas. Analisando tudo isto,
começa a recear-se pela falta de segurança dos larápios.
Quem nos diz que as nossas casas têm condições adequadas para
serem assaltadas em segurança? Imagine que um pilha-galinhas tenta escalar a
parede do seu prédio, a caminho da sua janela, para roubar os seus pertences, escorrega
e cai desamparado no solo, partindo o escafóide do carpo. Lá está! Vai para
tribunal e exige indemnização por o condomínio não ter rede de segurança para
amparar a queda de gatunos. Ou que lhe roubam o carro e o pilantra tem um
acidente e fractura uma costela porque o carro não tem airbag lateral. Está a ver?
Os direitos, liberdades e garantias são a coisa mais
bonita das sociedades avançadas. Especialmente quando são garantidos por magistrados lúcidos e sensatos. Sem dúvida nenhuma.
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