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Palácio Galveias, por exemplo, um sítio para manter a calçada portuguesa
Leio que a calçada portuguesa vai deixar de ser
generalizada na cidade, ficando confinada às zonas turísticas e históricas. Não
posso estar mais de acordo.
A dita calçada é muito bonita, tem tradição em Lisboa, os
estrangeiros gostam bué, mas quem tropeça e faz os entorses são os munícipes. A
qualidade da execução já não é o que era e a conservação é quase nula. Com a
chuva, não sendo o betume de cimento, as pedras saem do lugar, deixam buracos e
constituem empecilhos perigosos, especialmente para gente idosa. E como não se
consegue evitar o estacionamento de automóveis nos passeios, sem preparação
para aguentar tal peso, a calçada mais parece o mar da Nazaré, com ondas
gigantes.
Há puristas que defendem a calçada portuguesa com unhas e
dentes e estão indignados com os planos da Câmara Municipal. Acho que se devem
deixar áreas extensas, por exemplo em Belém, no Terreiro do Paço e outros
locais, para eles matarem saudades. Mas, por favor, senhores tradicionalistas,
tenham um nadinha de respeito pelos tornozelos dos lisboetas. Os tornozelos também têm uma palavra a dizer.
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