Esta tarde, aconteceu-me uma coisa tão estranha que até me assustou. Comecei a ler o "Diário de Notícias" online e encontrei uma notícia onde se diz que "a praça de touros do Campo Pequeno, em Lisboa, está a vestir-se hoje de vermelho vivo, com cerca de oito mil pessoas, segundo a organização do comício-festa pelo centenário do histórico secretário-geral comunista Álvaro Cunhal rebabá, rebabá".
Passei depois ao
"Público" online e leio que "a praça de touros do Campo Pequeno,
em Lisboa, está a vestir-se hoje de vermelho vivo, com cerca de oito mil
pessoas, segundo a organização do comício-festa pelo centenário do histórico
secretário-geral comunista Álvaro Cunhal rebabá, rebabá".
Não dei muita
importância, mas quando chego ao jornal "i" online e leio que "a
praça de touros do Campo Pequeno, em Lisboa, está a vestir-se hoje de vermelho
vivo, com cerca de oito mil pessoas, segundo a organização do comício-festa
pelo centenário do histórico secretário-geral comunista Álvaro Cunhal rebabá,
rebabá", senti um frémito e senti-me acometido de doença súbita do foro da
neurociência. Suspeitei ter um síndrome de repetição perceptiva compulsiva, ou
estar a ser vítima de alguma arte macaca do Professor Karamba.
Parei, respirei
fundo, reflecti e percebi. As redacções dos jornais estão tão interessadas no
centenário do nascimento do Dr. Álvaro Cunhal como eu. Mas, confrontadas com uma notícia pré-fabricada pelo Comité Central
do Partido Comunista que receberam, e a incorrecção política que seria
ignorá-la, sem mais trabalho disseram aos homens da paginação, ou coisa
parecida: óh Quim, mete lá esta merda no jornal de hoje. E assim se explica o
parto triplo, pelo menos—graças a Deus!
.
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