O BES—na altura em que não havia lobo mau, perdão, BES mau e BES bom—estava de boa saúde e recomendava-se. Não havia razão para pânico, nem para corrida aos depósitos, dizia o Banco de Portugal. Depois, verificou-se que não era bem assim, mas os portugueses—gentes crédulas e de boa fé—acreditaram e quase não reagiram perante o perigo. Foi bom isso para a solução encontrada, parece agora.
Mas nem todos os depositantes fizeram o mesmo. A alguns,
cheirou-lhes mal, muito justamente, e
puseram-se a milhas do buraco negro em cujo centro se encontrava a família com
o nome ironicamente inapropriado de Espírito Santo. É compreensível.
Uma das instituições que fez o mesmo—lê-se agora nos
jornais—foi a PT. A empresa detinha mais de 2% do capital do banco e, de acordo
com as actuais determinações, iria ficar com os depósitos no BES mau. Deu de
frosques. A 30 de Junho, a PT admitia ter 128 milhões de depósitos no BES. Ontem,
informou que não tem depósitos no BES—catita: quem correu aos depósitos foi a
empresa que tinha enterrado quase 900 milhões na Rioforte, cuja queda
contribuiu para o descalabro final.
É tudo gente séria, isenta e competente. Por isso,
ninguém se demite, ninguém é demitido. O resultado está à vista—trajecto
meteórico da economia e das finanças de Portugal. Hip, Hip... Hurrah!...
.
Sem comentários:
Enviar um comentário