Num belo dia de
1799, o químico de 29 anos Humphry Davy—mais tarde inventor da lâmpada
dos mineiros, Presidente da Royal Society e Sir Humphry—despiu-se da cintura
para cima, colocou um termómetro na axila e subiu para uma caixa estanque,
desenhada pelo engenheiro James Watt para inalação de gases, e pediu ao Dr. Robert
Kinglake que libertasse uma certa quantidade de óxido nitroso, ou protóxido de
azoto, também conhecido por gás hilariante, de 5 em 5 minutos, enquanto ele
estivesse consciente.
Inspirando profundamente, Humphry começou por
sentir efeitos que já conhecia de experiências prévias: gosto doce, pressão na
cabeça—primeiro—e depois no tórax e pontas dos dedos. Tudo acompanhado por sensação
de bem-estar, distorção dos objectos em volta que se tornavam mais claros e brilhantes,
enquanto o espaço parecia crescer.
Progressivamente, a acuidade auditiva aumentava, o que
permitia ouvir sons que interpretava como o ruído do universo, e os objectos em
volta desfaziam-se em partículas de luz e energia. A experiência era
imensamente divertida e sentia enorme vontade de rir. Humphry era levado para
uma dimensão que nunca tinha experimentado, capaz de teorizar sem limite e fazer descobertas a seu bel-prazer—uma
maravilha.
Perante o achado, houve convidados e mais convidados,
grande popularidade do consumo dos gás, especialmente artistas e gente
exótica. Humphry fez mais experiências de associação do óxido nitroso com
outros compostos e, nalguns casos, o resultado foi desastroso. Até que se
moderou, organizou e publicou o resultado das suas experiências e viria a ser
um respeitado cientista Presidente da Royal Society. E o gás mágico a fazer
carreira na Medicina.
Serve a
conversa para introdução de algumas imagens, também elas hilariantes, relacionadas
com os tempos heróicos de Humphry Davy e do protóxido de azoto.
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