Há menos de cem anos, o
universo terminava na Via Láctea—era tudo. Hoje, quando olhamos para o espaço à
noite sabemos que podemos ver—usando os meios de observação actuais—quinhentos
sextiliões de estrelas (500.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000),
mais que todos os grãos de areia das praias da Terra, e 80 mil milhões de
galáxias (80.000.000.000.000). Se o que vemos não é fancaria, ou seja, se não é
ilusão ou uma simulação gigante de computador, nada nos diz que não há muito
mais, incluindo o infinito.
Segundo a Hipótese do Universo Matemático, de Max Tegmark,
professor no Massachusetts Institute of Technology, tudo que existe
matematicamente, também existe fisicamente. A ser assim, o melhor é preparar a cabeça para o universo infinito com as coisas mais inesperadas. A
probabilidade, por exemplo, de existir um ser igual a mim noutro canto do
espaço que está a esta hora a teclar num computador é real: algures, há outro artolas
a editar um blog chamado "O
Dolicocéfalo"! E, dito isto, nem vale a pena falar de dúvidas sobre a
existência de vida alienígena.
E a quem acha coisa extraordinária a conjugação de
circunstâncias que permitem às leis vigentes da Física funcionarem, pode
dizer-se que ela é inevitável. Por exemplo, se a intensidade da força nuclear forte,
ou a constante gravitacional, fossem diferentes, o mundo seria um mar de
radiação ou um buraco negro. Mas com infinidade de possibilidades, a
organização actual tem de existir nalgum lado. A probabilidade é curta, mas certa.
E há outro Luís XVI e outra Maria Antonieta, e outro
Kadafy e outro Saddam, e por aí fora. Já viram isto?
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