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A fotografia,
feita em 1930, quando Einstein se deslocou a Cambridge para receber um
grau honorífico, mostra o investigador
na companhia dum senhor chamado Arthur Eddington. E porque estão os dois tão
contentes por se encontrarem? É uma história longa.
Quando começou a
II Guerra Mundial, muitos cientistas foram mobilizados em Inglaterra.
Eddington, por razões religiosas, era objector de consciência e recusou-se a
ser incorporado nas forças britânicas. Foi demitido do Observatório Astronómico
de Cambridge e mandado internar num campo de detenção. Nessa altura, Einstein
lutava para demonstrar a correcção da sua teoria, nomeadamente
que Newton estava errado no que se referia à gravidade, e necessitava de
observações astronómicas durante um eclipse total do Sol para confirmar que a
luz das estrelas era deflectida pela força gravitacional dos astros de acordo com a sua fórmula e não
com a de Newton.
Para ir depressa ao assunto, Frank Dyson, Astronomer Royal,
conseguiu que Eddington não fosse preso a fim de organizar uma expedição para
observar um eclipse total do Sol, em Março de 1919, na Ilha do Príncipe, o
que poderia comprovar a teoria
gravitacional de Einstein. Curiosamente, Eddington viajou da Ilha da Madeira
para a do Príncipe num navio de carga belga chamado "Portugal".
Embora as
condições meteorológicas não fossem perfeitas durante o eclipse na Ilha do Príncipe,
foi possível fazer as fotografias suficientes para comprovar que a teoria de
Einstein estava certa e a de Newton errada. Começou aí a glória de Einstein e o início da sua enorme
popularidade científica e não só. A fotografia foi feita 11 anos depois, quando
Einstein ainda era professor da Universidade de Berlim, e compreende-se a
alegria dos dois homens com o encontro. Um formulou a hipótese teórica,
o outro comprovou-a experimentalmente.
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