O Orçamento para 2013 foi aprovado e enviado
ao Presidente da República, pelos partidos da coligação. Mas ninguém o elogiou,
à exceção do ministro das Finanças, Vítor Gaspar, e dos seus secretários de
Estado, que nele trabalharam. Pelo contrário. Os próprios deputados que o
votaram, do PSD - a minoria governamental - e do CDS-PP, que dele disseram o
pior possível, para agradar ao seu eleitorado, mas votaram a favor, invocando
"o interesse nacional". Ou seja, às ordens da troika e dos mercados
usurários, que nos estão a levar ao empobrecimento, ao desemprego e à miséria e
os mais qualificados (sem emprego) resolvem emigrar, como o Governo os aconselhou. [...]
Assim começa hoje a crónica de Mário Soares no
"Diário de Notícias". Não tem nenhuma importância o facto de um homem
de 88 anos escrever desta maneira. É normal. O anormal é a audiência que ainda
tem uma cabeça com tal estado de necrose coliquativa, vulgo amolecimento
cerebral.
Todos têm direito a escrever; por exemplo, em blogs como "O Dolicocéfalo", "O
Metriocéfalo", "O Eurimetópico" e por aí fora. Mas ninguém deve
ser lido com reverência quando tem a cabeça como a lagosta, cheia de trampa.
A pergunta é: qual o interesse de gastar dinheiro em
papel, tinta e trabalho para publicar tal lixo? Gregório Marañon, célebre
clínico espanhol, apelou um dia aos médicos para que se abstivessem de
escrever quando não tivessem nada de importante a dizer. A norma é excelente
e aplica-se a todas as actividades, com a política na dianteira. Como o Dr.
Soares diz sempre as mesmas bacoquices, às terças-feiras, o DN podia limitar-se
a escrever: Mário Soares reitera neste espaço o que diz desde que está gagá.
Parece esta conversa falta de caridade com um velhote. Não
é. Porque o velhote neste caso é impertinente contumaz e se expõe. E quem anda à chuva...
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