terça-feira, 4 de dezembro de 2012

CHOVE LÁ FORA

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O planeta Terra tem cerca de 4,5 mil milhões de anos, num universo com 13,7 mil milhões. Ao princípio, tudo era diferente. A Terra girava mais depressa, as noites e os dias eram mais curtos, a Lua estava mais próxima, o Sol era fraco, não existiam plantas ou animais e o ar era irrespirável. Depois, passo a passo, tudo mudou. Estas coisas vão-se sabendo gradualmente, graças à capacidade de observação de alguns achados arqueológicos e à inteligência criativa dos homens. Vem a conversa a propósito duma investigação feita por um senhor chamado Sanjoy Som, dos Estados Unidos, que estuda fósseis de pingos da chuva. Ditas as coisas assim, parece piada. Não é.
Em 1980, numa terra da África do Sul chamada Ventersdorp, foram encontradas rochas com marcas de pingos da chuva de há 2,7 mil milhões de anos. A chuva havia caído em cinzas vulcânicas, posteriormente cobertas por novas cinzas, quando as primeiras já tinham algum grau de dureza. As novas cinzas endureceram por sua vez e preservaram os buracos. A erosão de milénios descobriu as marcas iniciais, a que os cientistas chamam fósseis de pingos da  chuva.
Partindo do conhecimento de que a dimensão da gota de chuva não é condicionada pela  pressão atmosférica, e era de cerca de 7 mm como agora, estudando a dimensão e forma das marcas dos pingos, consegue-se saber a velocidade com que a chuva chegava à cinza,  dependente  da densidade do ar. Essa velocidade era de 9 metros por segundo, tal como nos dias de hoje. Logo, a pressão atmosférica era semelhante à actual.
Dado que não havia oxigénio como hoje, haveria outros gases eventualmente com efeito estufa, o que terá impedido a congelação da água uma vez que o calor do Sol era muito fraco. Nesse tempo, o aquecimento global era bem-vindo. Agora é o que se vê, lê e ouve.
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