O planeta Terra tem cerca de 4,5 mil milhões de anos, num
universo com 13,7 mil milhões. Ao princípio, tudo era diferente. A Terra girava
mais depressa, as noites e os dias eram mais curtos, a Lua estava mais próxima,
o Sol era fraco, não existiam plantas ou animais e o ar era irrespirável. Depois,
passo a passo, tudo mudou. Estas coisas vão-se sabendo gradualmente, graças à
capacidade de observação de alguns achados arqueológicos e à inteligência
criativa dos homens. Vem a conversa a propósito duma investigação feita por um
senhor chamado Sanjoy Som, dos Estados Unidos, que estuda fósseis de pingos da
chuva. Ditas as coisas assim, parece piada. Não é.
Em 1980, numa terra da África do Sul chamada Ventersdorp,
foram encontradas rochas com marcas de pingos da chuva de há 2,7 mil milhões de
anos. A chuva havia caído em cinzas vulcânicas, posteriormente cobertas por
novas cinzas, quando as primeiras já tinham algum grau de dureza. As novas
cinzas endureceram por sua vez e preservaram os buracos. A erosão de milénios
descobriu as marcas iniciais, a que os cientistas chamam fósseis de pingos da chuva.
Partindo do conhecimento de que a dimensão da gota de
chuva não é condicionada pela pressão
atmosférica, e era de cerca de 7 mm como agora, estudando a dimensão e forma das
marcas dos pingos, consegue-se saber a velocidade com que a chuva chegava à
cinza, dependente da densidade do ar. Essa velocidade era de 9
metros por segundo, tal como nos dias de hoje. Logo, a pressão atmosférica era
semelhante à actual.
Dado que não havia oxigénio como hoje, haveria outros
gases eventualmente com efeito estufa, o que terá impedido a congelação da água
uma vez que o calor do Sol era muito fraco. Nesse tempo, o aquecimento global
era bem-vindo. Agora é o que se vê, lê e ouve.
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