Pode chamar-se a isto uma reforma? É claro que não. Mas quem ouve o ruído de fundo em volta da matéria fica com a ideia do que não é uma reforma, mas sim uma revolução. Porquê? Parece haver duas explicações—pelo menos—para isso.
A primeira, eventualmente a mais importante, é que a
diminuição de freguesias é um óptimo motivo para a oposição espingardear o
Governo, usando o desconhecimento das populações sobre a matéria e algumas
ameaças potenciais que não existem de facto. A segunda, parcialmente decorrente
da anterior, é um misto de revolta dos cidadãos por recearem aumento de
dificuldades no acesso aos serviços das juntas—o que parece não irá acontecer—e
de clubismo primário e estúpido. A transferência da sede da junta da sua terra
para a vizinha é uma despromoção, uma desconsideração, uma afronta, uma humilhação,
sendo todos estes substantivos seguidos do adjectivo bacoco na forma feminina, ou
seja, bacoca. Mais nada.
Por isso, daqui lanço um apelo veemente aos senhores
políticos, em especial, e à população lusa indignada: por favor, poupem-nos,
neste momento em que andamos todos com as calças na mão, sem disposição nem
pachorra para vos aturar.
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