quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

O REGRESSO DE FONTES

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Discute-se hoje no Parlamento a lei que irá diminuir o número de freguesias e criar novo mapa administrativo. Não li, nem faço propósito de ler, essa lei e, por isso, não tenho informação em pormenor. Tanto quanto ouvi na rádio, o número de funcionários autárquicos mantém-se—não haverá despedimentos—e o número de locais de atendimento do público também. O que desaparece? Penso que só uns tantos cargos político-administrativos, nas pessoas de alguns autarcas eleitos.
Pode chamar-se a isto uma reforma? É claro que não. Mas quem ouve o ruído de fundo em volta da matéria fica com a ideia do que não é uma reforma, mas sim uma revolução. Porquê? Parece haver duas explicações—pelo menos—para isso.
A primeira, eventualmente a mais importante, é que a diminuição de freguesias é um óptimo motivo para a oposição espingardear o Governo, usando o desconhecimento das populações sobre a matéria e algumas ameaças potenciais que não existem de facto. A segunda, parcialmente decorrente da anterior, é um misto de revolta dos cidadãos por recearem aumento de dificuldades no acesso aos serviços das juntas—o que parece não irá acontecer—e de clubismo primário e estúpido. A transferência da sede da junta da sua terra para a vizinha é uma despromoção, uma desconsideração, uma afronta, uma humilhação, sendo todos estes substantivos seguidos do adjectivo bacoco na forma feminina, ou seja, bacoca. Mais nada.
Por isso, daqui lanço um apelo veemente aos senhores políticos, em especial, e à população lusa indignada: por favor, poupem-nos, neste momento em que andamos todos com as calças na mão, sem disposição nem pachorra para vos  aturar.
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