Cavaco falou. E que disse Cavaco? Cavaco começou, qual
Américo Tomaz, assim:
“Assinalamos hoje o aniversário daquela madrugada que, ao
fim de 48 anos de ditadura, nos trouxe a liberdade e a democracia por que tanto
ansiávamos.
Em 2014, iremos comemorar o quadragésimo aniversário do
25 de Abril, blá, blá, blá”
Eu acrescentaria que em 2015 comemoraremos o quadragésimo
primeiro, em 2016, o quadragésimo segundo e, se as contas não me falham, em
2020, o quadragésimo sexto.
Mas nem tudo foi mau ou caricato naquele arrazoado
festivo. A páginas tantas disse:
“Se se persistir numa visão imediatista, se prevalecer
uma lógica de crispação política em torno de questões que pouco dizem aos
portugueses, de nada valerá ganhar ou perder eleições, de nada valerá integrar
o Governo ou estar na Oposição”.
Grande verdade! Os políticos vivem a olhar para o umbigo
e ainda não perceberam que os cidadãos se estão a cagar para os jogos florais
deles. Assim mesmo, com pedido de desculpa pela brutalidade.
E mais adiante:
“Reafirmo a minha profunda convicção de que Portugal não
está em condições de juntar uma grave crise política à crise económica e social
em que está mergulhado”.
Também está bem esta. De que vale tirar o PSD e pôr lá o
PS? O PS vai formoso e não Seguro―mesmo nada Seguro, antes pelo contrário. De
passo em passo, acabamos outra vez no Zezito.
E para terminar―eu e não Cavaco:
“Seria conveniente que o Orçamento do Estado deixasse de
ser um instrumento para alterações profundas do sistema fiscal, devendo servir
apenas para ajustamentos em função da conjuntura”.
Sim Senhor! Já vai sendo tempo dos portugueses deixarem
de se borrar cada vez que ouvem falar do Orçamento. Tal peça é o Adamastor do Século XXI.
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