[...] Contas feitas, Seguro sabe bem que um Governo do PS
não teria hoje melhor alternativa que não fosse anunciar aos portugueses a
continuação da austeridade, exigida pelos credores para financiarem a dívida do
país, que Sócrates se esforçou alegremente por acumular.
Estamos numa daquelas esquinas da História em que a culpa
dos nossos desvarios pertence sempre aos outros, como se percebe pela volúpia
epistolar, dirigida à troika ou ao ministro das Finanças alemão, como forma de
protesto pelas ‘malfeitorias’ que todos nos fazem – mas sem as quais os
funcionários públicos e os reformados deixariam de receber os seus salários e
pensões…
Quem acompanhe o essencial das bravatas parlamentares, ou
tenha a paciência de seguir os diagnósticos e as receitas dos numerosos
políticos ‘comentadores’ que iluminam as nossas televisões, terá, entretanto,
dificuldade em perceber que o país continua insolvente e em risco de sair do
euro. [...]
Dinis de Abreu in "Público"
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