A Grécia está pior que nós—difícil tal coisa, mas é
verdade. Como nós, e a maior parte da
Europa, está cheia até aos colarinhos da conversa da Alemanha. Os teutónicos,
independentemente de terem razão em muitas coisas que dizem e fazem, dizem-no e fazem-no de forma difícil de
deglutir e digerir. Por isso têm uma História riquíssima de actividade bélica
criativa, alguma bem fresca.
A Grécia, que é quem nos interessa agora, "encheu" e pediu
um estudo sobre as reparações nazis devidas a Atenas, depois da ocupação alemã
no último acto guerreiro dos boches. Segundo a imprensa grega e alemã, o estudo
terá revelado que estão ainda por pagar 162 mil milhões de euros. Isto é, a
Pátria da senhora Merkel terá sido acometida por um lapso de memória inesperado e
esqueceu-se de pagar—não é calote: foi esquecimento.
Com a subtileza que caracteriza o trato germânico nas
relações internacionais, o ministro Wolfgang Schäuble declarou, em alto e bom
som, que o assunto está "regulado há muito tempo e é irresponsável voltar
a ele". E que, "em vez de enganar o povo grego, era melhor apontar-lhe
o caminho das reformas". Está perfeito! Só não percebo porque o Senhor Schäuble
é Ministro das Finanças, quando devia ser dos Negócios Estrangeiros—é um
diplomata nato, está mais que visto.
Como costuma dizer-se sobre várias posições, umas mais
dignas que outras, foi assim que a Alemanha perdeu a guerra. É verdade.
.
Perfeito!
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