1.145 palavras, 5.565 caracteres (sem espaços), 6.697 caracteres (com espaços) e 14 parágrafos—tal é o balanço da prosa do Dr. Soares no "Diário de Notícias" de hoje, que aguardo sempre com grande expectativa.
Na peça do Dia da
Graça de 30 de Abril, do Anno Domini de
2013, ou seja hoje, diz a folhas tantas o dr. Soares:
[...] "O
amor é uma coisa que há em Coimbra quando os estudantes tocam guitarra e
passeiam com umas coisas que há lá e que eu não sei o que são chamadas tricanas
mas depois os estudantes acabam os exames e vêm para Lisboa e não pensam mais
no amor e casam eu sei estas coisas porque oiço o rádio da vizinha que está
sempre a tocar muito alto mas não conheço ninguém que tivesse guitarra em
Coimbra e por isso não sei muito bem o que é o amor e a que sabe mas sei outras
coisas porque sou de Olhão como diz a minha professora que é a
D.Eugénia..." [...]
Perdão, isto é do Luís Sttau Monteiro, é parte duma redacção
da Guidinha do finado "Diário de Lisboa" e não é o que queria transcrever.
O que queria é assim:
[...] Na verdade,
Portas tem estado calado e deixa correr o que o chefe do Governo lhe impõe,
fazendo contra ele alguma chantagem, como se viu, ou tem sido agarrado (com
viagens, por exemplo). Paulo Portas, no entanto, nos últimos dias parece ter-se
imposto e ameaçado o presidente do Governo e o ministro das Finanças de
abandonar o Governo o que seria o fim, por perder a maioria da Coligação...
Enquanto Portas
tinha alguma esperança de se associar ao PS, o que seria um conforto para ele,
foi deixando andar. Mas agora estará desiludido dessa possibilidade. É bem
possível que procure ser de novo democrata-cristão, perante um Papa
progressista, que gosta dos pobres, os quer ajudar e abomina o capitalismo
selvagem. É possível que, no contexto atual, a Democracia-Cristã volte a
aparecer, como está a acontecer já há algum tempo com o Socialismo Democrático.
[...]
Exactamente! É
mesmo isto que me traz aqui. Pensamento claro e cristalino, prosa escorreita,
conteúdo isento e estilo camiliano—de
antologia!!! Olaré... Fica registado para
a eternidade n' "O Dolicocéfalo".
.
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