Ao princípio era o Big-Bang, o plasma de quarks e gluões,
outras partículas subatómicas, energia electromagnética e por aí fora. Depois,
vieram os bariões—protões e neutrões—e a seguir o hidrogénio. A gravidade organizou-o em estrelas e estas, por fusão nuclear, fabricaram hélio e, em fim de vida, o
carbono, o oxigénio, o cálcio, o ferro, etc., que lançaram no espaço quando
morreram e explodiram em supernovae, vindo estes elementos a constituir o
nosso mundo, incluindo o ADN, os ossos e o sangue do nosso corpo.
Mas a morte das estrelas não explica a existência de
elementos mais pesados, como o ouro, com 79 protões. Investigação recente
sugere que as estrelas de neutrões, fruto da explosão de supernovae, com núcleo de massa imensa e volume pequeno,
podem colidir originando elementos pesados em pequenas quantidades, como o ouro, posteriormente integrados em novos corpos
celestes—estrelas e planetas. Tal terá acontecido na formação da Terra.
O choque entre estrelas de neutrões é um fenómeno com probabilidade de ocorrer cada
10.000 a 100.000 anos numa galáxia.
Falo nisto porque, sendo o ouro um metal cósmica e biologicamente
pouco importante, tem um valor convencional
na Terra que ultrapassa muito o real. Símbolo de riqueza, poder e até felicidade, usado em alianças de casamento, medalhas
de mérito e troféus, e como padrão de referência monetária, pode transformar-se em pesadelo. O cosmos, felizmente, é mais moderado que Midas.
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