sábado, 27 de julho de 2013

TODOS A PUXAR PARA O MESMO LADO

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Tozé deu uma entrevista à revista “Visão” e fartou-se de falar. Não aos costumes―expressão de juristas―mas como de costume, disse pouco, embora falando muito. Está cheio de speed, apesar de não se enxergar porquê.
Uma das melhores saídas foi a de que está convicto ter sabido "resistir a pressões internas e externas, durante o processo negocial com os partidos do Governo". Teve algumas insónias e muitos pesadelos protagonizados pelo Dr. Soares, pelo poeta Alegre, pela tralha socrática e pelos fósseis da primeira república do PS, mas sobreviveu politicamente porque recolheu a cauda entre os membros inferiores e, um belo dia, de supetão, borregou. Não resistiu coisa nenhuma.
“Os portugueses desejavam um entendimento entre o PS e o Governo”, diz às tantas, num assomo paroxístico de sinceridade e lucidez. Só que não tinha autorização sequer para tentar, sabemos nós. Por vontade de quem o travou, nem tinha mandado Alberto Martins às conversações, com o que correu grande risco no partido.
Tozé está consciente da gravidade da situação, percebe-se claramente da conversa, sobretudo quando diz que “ou nos salvamos todos ou não se salva ninguém”. É mesmo isso, camarada. Mas, para nos salvarmos, é necessário que todas as bestas de tiro envolvidas puxem o arado para a frente, deixando por uns instantes de lado divergências medíocres e mesquinhas que as separam. É que há bestas a puxar em todos os azimutes e assim não vamos a nenhum lado.
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