Uma fita espiral desenhada num poste parece subir quando
este roda. Os raios das rodas dos comboios a circular da direita para a
esquerda parece andarem no sentido contrário ao dos ponteiros dos relógios quando
a velocidade é pequena e no mesmo sentido dos ponteiros quando a velocidade é
grande. São ilusões por deficiência na percepção do movimento, que se observam
no homem e em muitos animais.
Vem isto a propósito das zebras, embora a conversa soe a
parvoíce. Durante séculos tem-se
discutido o papel que desempenham as listas das zebras, característica
seguramente condicionada pela selecção natural. Já Darwin falava nelas, sem
perceber o estranho fato destes quadrúpedes.
Uma investigação conduzida por biólogos da Universidade
de Queensland, na Austrália, e publicado no jornal "Zoology", veio
agora fazer luz no problema. Efectivamente, as listas não têm nenhum papel na
camuflagem destes animais; pelo contrário, são até chamativas. Mas acontece que
em movimento, as listas largas dos flancos e estreitas no dorso e pescoço criam
ilusão no sentido do movimento que confunde os predadores carnívoros e os
insectos. É uma característica evolutiva elaborada que levou milhares de anos a
apurar por selecção natural.
Portanto, quando quiser fugir a alguém, nada melhor que
correr com uma gabardina às riscas—riscas largas aos lados e estreitas nas costas e no colarinho. Tal e qual!
.
Sem comentários:
Enviar um comentário