quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

RISCAS ANTI-RISCOS

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Uma fita espiral desenhada num poste parece subir quando este roda. Os raios das rodas dos comboios a circular da direita para a esquerda parece andarem no sentido contrário ao dos ponteiros dos relógios quando a velocidade é pequena e no mesmo sentido dos ponteiros quando a velocidade é grande. São ilusões por deficiência na percepção do movimento, que se observam no homem e em muitos animais.
Vem isto a propósito das zebras, embora a conversa soe a parvoíce.  Durante séculos tem-se discutido o papel que desempenham as listas das zebras, característica seguramente condicionada pela selecção natural. Já Darwin falava nelas, sem perceber o estranho fato destes  quadrúpedes.
Uma investigação conduzida por biólogos da Universidade de Queensland, na Austrália, e publicado no jornal "Zoology", veio agora fazer luz no problema. Efectivamente, as listas não têm nenhum papel na camuflagem destes animais; pelo contrário, são até chamativas. Mas acontece que em movimento, as listas largas dos flancos e estreitas no dorso e pescoço criam ilusão no sentido do movimento que confunde os predadores carnívoros e os insectos. É uma característica evolutiva elaborada que levou milhares de anos a apurar por selecção natural.
Portanto, quando quiser fugir a alguém, nada melhor que correr com uma  gabardina às riscas—riscas largas aos lados e estreitas nas costas e no colarinho. Tal e qual!
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