Há 10 mil anos a espécie humana deu um "salto". À colaboração entre elementos da mesma espécie, em que uns trabalhavam para os outros em actividades diferentes mas complementares, juntou-se a utilização dos serviços de outras espécies, animais e vegetais. A vaca, por exemplo, e o milho. Este tem história mal conhecida que só agora começa a revelar-se.
Planta rainha dos Maias e bom número de povos americanos,
era o principal alimento dos Azetecas. Continua hoje a ser produzido aos
milhões de toneladas de grão na América do Sul. Mas o milho hoje consumido não
é a espécie original. Esta era o teosinto, forma silvestre do milho. O teosinto
tinha espigas mais pequenas, com muitos menos grãos, de dimensão reduzida e que
não amadureciam simultaneamente, obrigando a colhê-los em vários tempos, sob pena de caírem ao solo e se
perderem enquanto o homem aguardava a maturação dos restantes.
Durante longos anos admitiu-se que o milho actual tenha
sido fruto de selecção humana, forma natural de produzir alimentos
geneticamente modificados. De facto, o homem sul-americano fez a selecção duma
espécie mutante do teosinto, o milho, semeando e multiplicando os seus grãos.
Mas a mutação ocorreu por efeito do clima.
Experiências actuais com o teosinto mostram que este, se
cultivado em ambientes com elevada concentração de dióxido de carbono (CO2) e a
temperturas próximas das existentes há 10 mil anos naquelas regiões, tem tendência
para evoluir para o fenotipo do milho.
Assim, o cereal actual é fruto de selecção, mas por domesticação:
o clima fez o pão, o homem o milagre da multiplicação.
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