João Pinto, médio do FCP, dizia que só fazia prognósticos
no fim do jogo; Yogi Berra, jogador de basebol americano, achava que o futuro já não é o que era;
e, segundo Matt Ridley, as previsões dizem mais sobre o presente do que sobre
o futuro. Complicado! Por exemplo, no futuro, quantas técnicas novas,
que não conhecemos, e quantos hábitos que não temos se tornarão indispensáveis
ao homem? Ninguém sabe.
Mas, muito provavelmente, a inteligência colectiva vai
aumentar, com base na crescente especialização individual, o mesmo que dizer no
afunilamento do conhecimento do indivíduo. Em simultâneo, as formas de lazer
diversificar-se-ão. Vão organismos como as grandes empresas, partidos
políticos e burocracias governamentais sofrer as consequências disso? Provavelmente.
Pequenas empresas e associações efémeras de pessoas que se formam e desfazem continuamente—viabilizadas
pelas comunicações—vão empurrá-los para tempos difíceis. Sobreviverão à custa
de nova organização—evoluindo de baixo para cima.
Este "de baixo para cima" será a
grande inovação do Século XXI. Até hoje, os grandes impérios asseguraram estabilidade à custa duma corte
parasitária; as religiões à custa da classe sacerdotal; o socialismo à custa da burocracia; o
capitalismo à custa dos financeiros e por aí fora. É verosímil que tudo isso
tenda a acabar com a nova informação generalizada e a intercomunicação em cima
da hora. Já vimos como funciona na Tunísia, na Líbia, no Egipto e agora na
Ucrânia. O facto de cada cidadão estar em contacto directo, simultâneo, fácil e instantâneo—dia e noite—com milhares de
milhões de contemporâneos mudou o
mundo; ou melhor, está a mudar.
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