sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

ENERGIA 'LIMPA'

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A esperança actual na produção de energia "limpa" e ilimitada é legítima e reside na fusão nuclear. Não confundir fusão com fissão nuclear, processo usado quer nas bombas, quer na actual produção de electricidade.  Enquanto nesta átomos pesados de urânio 235 são "partidos" em átomos mais leves, com libertação de quantidades imensas  
de energia, na fusão átomos leves de isótopos de hidrogénio são fundidos para gerar hélio e também muita energia—é o que se passa no Sol e nas outras estrelas. Os isótopos de hidrogénio usados são o deutério, com um protão e um neutrão no núcleo—o hidrogénio não tem neutrões—e o tritium que tem um protão e dois neutrões (Figura ao lado).
Hoje já se consegue fazer a fusão do hidrogénio, mas o rendimento da reacção é negativo, ou seja, consome-se mais energia para promover o fenómeno do que a resultante dele. Na Califórnia, nos Estados Unidos, um pequeno alvo de deutério e tritium é alvejado com 192 raios de laser ultravioleta, forçando a fusão. Só que a energia resultante é inferior à necessária para alimentar aquela enorme cangalhada; embora recentemente tenha havido grandes progressos na forma de irradiação dos alvos, traduzidos em aumento significativo do rendimento.
Entretanto, no Sul da França, na região de Caradache, nasce uma mega-instalação (fotografia aérea em cima) para melhorar a operação industrial da fusão. Os últimos resultados dos Estados Unidos deram nova "alma" ao empreendimento. Não tarda, a humanidade tem energia atómica com fartura, a preço aceitável e sem poluentes como os produtos de decaimento do urânio—lixo atómicoque ninguém sabe onde meter, ou como tratar.
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