A esperança actual na produção de energia
"limpa" e ilimitada é legítima e reside na fusão nuclear. Não
confundir fusão com fissão nuclear, processo usado quer nas bombas, quer na
actual produção de electricidade. Enquanto nesta átomos pesados de urânio 235 são
"partidos" em átomos mais leves, com libertação de quantidades imensas
de energia, na fusão átomos leves de
isótopos de hidrogénio são fundidos para gerar hélio e também muita energia—é o
que se passa no Sol e nas outras estrelas. Os isótopos de hidrogénio usados são
o deutério, com um protão e um neutrão no núcleo—o hidrogénio não tem
neutrões—e o tritium que tem um protão e dois neutrões (Figura ao lado).
Hoje já se consegue fazer a fusão do hidrogénio, mas o
rendimento da reacção é negativo, ou seja, consome-se mais energia para
promover o fenómeno do que a resultante dele. Na Califórnia, nos Estados
Unidos, um pequeno alvo de deutério e tritium é alvejado com 192 raios de laser
ultravioleta, forçando a fusão. Só que a energia resultante é inferior à
necessária para alimentar aquela enorme cangalhada; embora recentemente tenha
havido grandes progressos na forma de irradiação dos alvos, traduzidos em
aumento significativo do rendimento.
Entretanto, no Sul da França, na região de Caradache,
nasce uma mega-instalação (fotografia aérea em cima) para melhorar a operação industrial
da fusão. Os últimos resultados dos Estados Unidos deram nova "alma" ao empreendimento. Não tarda, a humanidade tem energia atómica com
fartura, a preço aceitável e sem poluentes como os produtos de decaimento do
urânio—lixo atómico—que ninguém sabe onde meter, ou como tratar.
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