O Governo tem andado, segundo afirma, a negociar com as empresas envolvidas nas Parcerias Público-Privadas, a fim de conseguir diminuir os encargos decorrentes de contratos leoninos—feitos em condições mal esclarecidas—mas, tanto quanto se sabe, o resultado tem sido águas de bacalhau. Que há direitos adquiridos, que há parceiros estrangeiros, que há limitações legais, blá. blá, blá.
Entretanto, vai metendo a foice nos contribuintes, com contribuições extraordinárias de solidariedade, com cortes nos subsídios, blá, blá, blá. Aí não há direitos adquiridos, limitações legais, blá, blá, blá.
Subitamente, depois do Tribunal Constitucional chumbar o
Orçamento do Estado, o Governo teve uma relâmpago de lucidez e vem dizer que,
se as negociações com as PPP não derem fruto, vai-se a elas com o Fisco. Ou
seja, se não vai com bons modos, vai com maus.
A pergunta é: porque não começou o Governo por aí? Anda o "esgraçadinho a pedir pró pai trabeculoso e prá mãe com piolhos na garganta" e
tem, mesmo assim, de pagar pró Fisco e não bufar; enquanto as PPP vivem na
maior tranquilidade a encher as algibeiras do Grupo Melo, da Mota-Engil, da Soares da Costa e por
aí fora e só agora teve o Governo a inspiração divina de se atirar a elas!
Mistério insondável!... Porque será? Vou mais para o lado
que é um problema de justiça social. Deve ser isso.
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