Coelho foi atacado, de supetão, por um ataque de mixomatose depois do chumbo do Tribunal Constitucional. A auto-suficiência e altivez escoaram-se como água por ralo de banheira e a fralda sujou-se. Com os olhos edemaciados e vermelhos, nódulos gelatinosos em volta dos orifícios naturais, Coelho agarra-se a tudo para não dar a fífia final―agarra-se até a Tozé, na esperança que este lhe dê a mão nesta hora de aflição que o Tribunal precipitou. E, “sem querer fazer juízos de valor sobre a adequação constitucional ao contexto financeiro da avaliação do Tribunal”, pede a Tozé que lhe acuda.
É bonito e humilde o acto, se não ocorresse a circunstância de Coelho estar com a fralda suja. Caso contrário, mandaria Tozé à bosta enquanto ele e Gaspar continuavam a arrotar postas de pescada.
Mas a situação é mais grave: Tozé, que é boa alma em meu
julgamento, ajudaria se pudesse, apesar de ter sido reiteradamente ignorado e
desprezado por Coelho quando este não sofria de mixomatose. Infelizmente, não pode ajudar,
pois Tozé não tem ideia, sequer pálida, do que deve ser feito nesta hora de
aperto. Tozé não estava preparado para tal prova: remediar o chumbo
constitucional, gerar actividade criativa para resolver o impasse financeiro
lusitano e fazer face à oposição interna no PS, encabeçada por essa figura
icónica do socialismo democrático chamada Soares, que não gosta de pagar
dívidas, especialmente quando são solidariamente contraídas e solidariamente impagáveis.
Tozé balança mas não cai. Não cai, porque venceu as
eleições no PS, merecidamente, por margem só ultrapassada pelo Querido Lider Kim Jong un―afinal,
é o único socialista disponível para tentar resolver as cavaladas do Zezito, embora não saiba como.
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