Fernando Seara, presidente de câmara profissional e
comentador desportivo nas horas vagas, depois de ter comandado a nave
Sintra durante três mandatos, está a preparar-se para afiambrar a nave
Lisboa. Mas há por aí uma peste chamada Revolução Branca, apostada em arruinar
as carreiras dos autarcas profissionais, na sequência do que Seara começou a
patinar depois do Tribunal Cível de Lisboa ter dito que Seara não é elegível.
Com voluntarismo, recorreu para o Tribunal da Relação, de
peito feito e sessão de anúncio da candidatura marcada para amanhã, no Padrão
dos Descobrimentos. Mas o evento será um tiro de pólvora seca, pois o Tribunal
de segunda instância disse hoje que Seara não pode andar a saltar de câmara em
câmara—...eh...eh...eh...
É pena porque Seara é um grande autarca, dizem os
comentadores populares nas caixas respectivas das notícias dos jornais. Das
dezenas de quilómetros de ciclovia que prometeu fazer em Sintra, felizmente fez
umas dezenas de centímetros apenas; a ponte de Queluz cai aos bocados; e das
piscinas prometidas, Graças a Deus, parece que não fez nenhuma.
Mas Seara vai recorrer para o Tribunal Constitucional. Na
realidade, é uma incógnita, eventualmente para quase toda a gente,
porque se encarniçam tanto as pessoas para serem presidentes de câmara—deve ser
amor ao Serviço Público. Só pode ser.
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