O calendário dos antigos egípcios tinha 12 meses de 30
dias, a que eram acrescentados mais 5 para acertar o ano civil com o ano solar.
Cada período de 10 dias era assinalado pelo aparecimento de grupos de estrelas chamados decanos. Quando surgia no céu a estrela Sirius antes do
nascer do Sol, na época das cheias do Nilo, importantíssimas para a
agricultura, havia 12 decanos no firmamento. O respeito cósmico pelos doze
decanos, levou-os a dividir o dia e a noite em 12 partes iguais—as horas temporais.
Como a duração dos dias e das noites era diferente, no
Verão as horas do dia eram mais longas e as da noite mais curtas. No Inverno,
observava-se o inverso. Só nos equinócios as horas eram iguais de dia e de noite.
As horas temporais foram adoptadas pelos gregos e, mais
tarde, pelos romanos que as deram a conhecer à Europa, mantendo-se em uso há
mais de 2.500 anos. Se o sistema egípcio se mantivesse hoje, Vítor Gaspar só
poderia falar de dia no Verão e de noite no Inverno, sob pena da duração das
horas não ser suficiente para chegar ao
fim do discurso—em boa verdade, não se perdia nada.
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