Num formalismo legal, o Ministério Público perguntou a Cavaco Silva se desistia da queixa contra Miguel Sousa Tavares que lhe chamou palhaço. O Presidente teve uma oportunidade única de se mostrar superior a tais conversas e minimizar a importância do jornalista, arrumando-o na prateleira dos irrelevantes.
Mas Cavaco é de Boliqueime. Não abdica das honras a que
tem direito, nomeadamente de não ser chamado palhaço por um jornalista cuja
importância decorre apenas da que Cavaco lhe confere.
Num presidente de junta de freguesia, mesmo dum
município rasca, compreendia-se a vontade de desforra. No Presidente da República
dá imagem de mesquinhez. Há circunstâncias em que perdoar ofende mais o ofensor
que o ofendido e seria este o caso. Como alguém—que já não sei quem foi—disse e bem, perdoar
implica sempre algum grau de desprezo. Mas isso são subtilezas...
.
Sem comentários:
Enviar um comentário