Para a vida ser possível na Terra, a massa do Sol tem que
estar compreendida entre 1,6x10^30 Kg e 2,4x10^30 Kg. Com grande precisão, a
massa do Sol é de 2x10^30 Kg, o que evita calores como o de Vénus e frios
como o de Marte e permitiu que gente tão extraordinária como Vítor Gaspar,
Passos Coelho e o Zezito tenham nascido e medrado. Mais extraordinário ainda
porque a maioria das estrelas tem massas que não permitiriam a vida na Terra—a
grandeza da massa condiciona a quantidade de radiação que emitem.
Foi uma grande sorte a nossa!
Terá sido?
Há opiniões.
Defensores do Princípio Antrópico—pelo menos alguns—dizem
que as coisas são assim para nós existirmos. Outros dizem que nós existimos
como somos porque as coisas são assim. Essas coisas e muitas outras, como os protões
têm a massa que têm porque se fosse maior decaíam em neutrões e não havia
átomos estáveis e nós também não, ou se a força electromagnética fosse 4% mais fraca, não havia hidrogénio e, consequentemente, mais nenhum átomo e por aí fora.
Um cidadão chega ao hotel, pede um quarto e dão-lhe a chave
do quarto número 1967. O cidadão nasceu em 1967 e que diz? Pode dizer muita
coisa. Por exemplo, que foi uma grande coincidência sem explicação. Ou até que
o recepcionista, por razões não explicadas sabia o ano em que ele nasceu. Ou
que o homem era adivinho e acertou no ano. Ou que fizeram aquele quarto para
ele dormir quando lá fosse.
E agora?
Agora, nada!
A conversa é estúpida, como é a conversa dos defensores
da Teoria Antrópica—alguns!—ou a polémica sobre a saída ou a permanência no
Eurogrupo. As pessoas têm palpites e defendem-nos como se fossem certezas. A
estupidez faz parte da natureza humana. Foi posta na nossa cabeça
intencionalmente, para sobrevivermos. É uma característica fenotípica apurada
pela selecção natural de Darwin.
E pela estupidez não vai nada?!
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