A democracia de sucesso portuguesa, verdadeiro case
stydy a pedir análise nacional e internacional, acaba de dar mais um
passo em direcção ao abismo, se não está já em queda livre no dito. Depois de
um ritmo médio de falências de uma em cada 13 anos, desta vez as coisas
complicam-se. À coligação encarregada de acalmar a agiotagem internacional,
financiadora dos devaneios da Terceira República, treme-lhe o sustento como um
figo maduro.
O estadista Passos Coelho, com carência do apoio do CDS,
trata este por cima da burra e borrifa-se para Portas. Primeiro, faz questão de
anunciar urbi et orbi que o número dois do governo não é o Presidente do
segundo partido da coligação, mas antes um burocrata apartidário vindo das
catacumbas da União Europeia. Depois, quando este decide sair, nomeia uma sua
sósia para o substituir, contra a vontade do CDS. Aí, Portas enche e entorna,
também com um nadinha de falta de contenção. Estão todos bem uns para os
outros, incluindo Cavaco que não esperava esta e não sabe que fazer.
Entretanto, começam os palpites avulsos e das mais
variadas origens. Coisas de bradar aos céus, entre as quais a do incontornável
Jorge Sampaio que, sem ninguém lhe ter pedido opinião, já veio dizer que é
preciso nomear um governo de transição até às eleições, devendo estas ser no
mesmo dia das autárquicas—não há dúvida que o janota exorbita e anda à procura
de protagonismo porque ainda sente o fofo da cadeira de Belém no rabo e tem
saudades daquele afago.
Não sei se, ou quando, saímos desta. Uma coisa é mais que
certa: no primeiro dia em que tal acontecer, começamos de imediato a cavar novo
buraco para respeitar o ritmo das falências, mais regular que um relógio de
césio.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário