quarta-feira, 3 de julho de 2013

UMA DEMOCRACIA DE SUCESSO

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A democracia de sucesso portuguesa, verdadeiro case stydy a pedir análise nacional e internacional, acaba de dar mais um passo em direcção ao abismo, se não está já em queda livre no dito. Depois de um ritmo médio de falências de uma em cada 13 anos, desta vez as coisas complicam-se. À coligação encarregada de acalmar a agiotagem internacional, financiadora dos devaneios da Terceira República, treme-lhe o sustento como um figo maduro.
O estadista Passos Coelho, com carência do apoio do CDS, trata este por cima da burra e borrifa-se para Portas. Primeiro, faz questão de anunciar urbi et orbi que o número dois do governo não é o Presidente do segundo partido da coligação, mas antes um burocrata apartidário vindo das catacumbas da União Europeia. Depois, quando este decide sair, nomeia uma sua sósia para o substituir, contra a vontade do CDS. Aí, Portas enche e entorna, também com um nadinha de falta de contenção. Estão todos bem uns para os outros, incluindo Cavaco que não esperava esta e não sabe que fazer.
Entretanto, começam os palpites avulsos e das mais variadas origens. Coisas de bradar aos céus, entre as quais a do incontornável Jorge Sampaio que, sem ninguém lhe ter pedido opinião, já veio dizer que é preciso nomear um governo de transição até às eleições, devendo estas ser no mesmo dia das autárquicas—não há dúvida que o janota exorbita e anda à procura de protagonismo porque ainda sente o fofo da cadeira de Belém no rabo e tem saudades daquele afago.
Não sei se, ou quando, saímos desta. Uma coisa é mais que certa: no primeiro dia em que tal acontecer, começamos de imediato a cavar novo buraco para respeitar o ritmo das falências, mais regular que um relógio de césio.
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