Sobre a moção que Passos Coelho apresentou no congresso
do partido:
[...] Mas, na sua
moção (que analisei com mais pormenor noutro artigo), há um interessante ponto
que, embora formulado na actual vulgata ideológica, remete para outras
“histórias”. Refiro-me à afirmação
de que existe uma “apropriação excessiva
dos direitos das gerações futuras por parte das actuais gerações”. Ou seja, o ataque a reformas e pensões, aos
direitos adquiridos e a outros aspectos daquilo que consideram o statu quo, não
é uma consequência conjuntural das imposições da troika, mas uma revolução
estrutural destinada a impor uma justiça “geracional” entre “gerações actuais” e “futuras”, ou seja, uma luta social
assente na idade. [...]
Sobre os ex-"jotas":
[...] Embora sejam
hoje homens de meia idade, já velhos para o mercado de trabalho se quisessem
entrar nele, estes antigos “jotas” do “discurso geracional” que hoje estão no
poder moldaram a política partidária nos últimos anos e são a encarnação viva
de um dos grandes problemas da democracia portuguesa, a partidocracia. Numa altura de gravíssima crise
política e social, eles são a única “oferta” que os partidos políticos têm para
dar aos seus eleitores e essa oferta é má e a milhas do que era preciso. Mas a hegemonia
dos partidos da vida pública, defendida com unhas e dentes, garante a sua
manutenção. [...]
Aprovado por aclamação!
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