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Dois gémeos siameses nascem com órgão comuns o que impede
a sobrevivência de ambos. Se forem separados, um deles sobrevive e o outro
morre. É legítimo salvar um e matar o outro? Algumas vítimas dum desastre aéreo não morrem e estão em local
onde só poderão ser socorridos ao fim de tempo suficiente para morrerem de fome.
Se matarem um deles e o comerem, sobrevivem. Morre um, salvam-se quatro. É
legítimo fazê-lo?
Assim se põe o problema dos meios e dos fins. O consequencialismo
diz que a distinção entre o certo e o errado deve ser feita exclusivamente com
base nas consequências: uma acção é boa ou má em função da sua eficácia em
conseguir um fim justo.
Em contraste, nos sistemas deontológicos as acções não
são apenas meios—têm valor intrínseco e não só instrumental ao contribuir para
um fim, seja este qual for. Por exemplo, matar é intrinsecamente mau e não pode
ser justificado para garantir a sobrevivência de outrem, em nenhuma
circunstância.
É complicado? Muito. Nos casos limite descritos, já o é;
agora pense-se nas pequenas decisões do dia a dia—pior que um jogo de xadrez!
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