terça-feira, 4 de junho de 2013

MEIOS E FINS

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Dois gémeos siameses nascem com órgão comuns o que impede a sobrevivência de ambos. Se forem separados, um deles sobrevive e o outro morre. É legítimo salvar um e matar o outro? Algumas vítimas dum  desastre aéreo não morrem e estão em local onde só poderão ser socorridos ao fim de tempo suficiente para morrerem de fome. Se matarem um deles e o comerem, sobrevivem. Morre um, salvam-se quatro. É legítimo fazê-lo?
Assim se põe o problema dos meios e dos fins. O consequencialismo diz que a distinção entre o certo e o errado deve ser feita exclusivamente com base nas consequências: uma acção é boa ou má em função da sua eficácia em conseguir um fim justo.
Em contraste, nos sistemas deontológicos as acções não são apenas meios—têm valor intrínseco e não só instrumental ao contribuir para um fim, seja este qual for. Por exemplo, matar é intrinsecamente mau e não pode ser justificado para garantir a sobrevivência de outrem, em nenhuma circunstância.
É complicado? Muito. Nos casos limite descritos, já o é; agora pense-se nas pequenas decisões do dia a dia—pior que um jogo de xadrez!
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