Francisco José Viegas, na sua coluna habitual do "Correio da Manhã", fala hoje de uma edição especial do "Manifesto Anti-Dantas", de Almada Negreiros, e faz algumas considerações sobre Júlio Dantas, dizendo com graça que é o "mais famoso dos escritores desconhecidos".
Mas o importante é o "Comentário Mais Votado"
que ali também figura, da autoria de João Manuel Teles Soares, enviado às
09h01m, ainda com a cabeça refrescada por um sono reparador. Reza assim:
Deus queira que esse livro não seja como o quadro que
autorizas-te (sic) a venda ao rapaz da TVI PAIS DO AMARAL... E depois os outros
é que são ladrões, sais-te (sic) a tempo para não dar bronca.
Chegados aqui, já todos perceberam porque está a Pátria no estado revelado pela
autópsia: há um senhor com computador e acesso à Internet, que vota e lê jornais
como se comprova; que comenta o lido e verte comentários na caixa dos ditos; que
escreve como se vê; e tal naco de prosa é o "Comentário Mais Votado"
no jornal—catita, diria o Eça.
Preocupante manifestação de iliteracia, a roçar o
analfabetismo, escolhida como melhor comentário não sei por quem—embora apreciasse saber— e aceite como tal por um jornal diário que a publica ipsis
verbis, preto no branco. Tal como o Dantas, segundo Almada Negreiros, o comentador "nasceu
para provar que nem todos os que escrevem sabem escrever!"
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